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Fazenda em Minas Gerais é flagrada submetendo 24 pessoas à situação de trabalho análogo ao de escravo

12/04/2022 às 11:51
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Foto: Ascom/MPT-MG
Foto: Ascom/MPT-MG

Um grupo de 24 trabalhadores foi resgatado em condições análogas à de escravos, às quais estavam sendo submetidos em uma fazenda corte de eucalipto e produção de carvão, localizada na zona rural do município de Olhos D’Água (MG).

Fazenda é flagrada submetendo 24 pessoas à situação de trabalho análogo ao de escravo
Foto: Ascom/MPT-MG

Entre os trabalhadores, havia um jovem de 17 anos na função de desgalhador, atividade que consta na Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil. A operação de resgate foi realizada após denúncia recebida pela unidade do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Montes Claros e mobilizou equipes do Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG), da Auditoria Fiscal do Trabalho (Ministério da Economia) e da Polícia Federal (PF).

A procuradora do Trabalho que está atuando no caso, Sarah Bonaccorsi, relata que “os trabalhadores estavam submetidos a condições subumanas, em um alojamento de alvenaria e telha de amianto, sem água potável, energia elétrica, geladeira e sanitários, sendo os trabalhadores obrigados a fazer necessidades fisiológicas no mato. Um caso típico de trabalho escravo contemporâneo, por conta das condições degradantes”, classificou a procuradora. “Na prestação de serviço, não estava sendo realizado o controle de jornada, não foram fornecidos os devidos equipamentos de proteção individual (EPI’s) e tampouco havia treinamento para os trabalhadores”, descreve a procuradora.

A empresa será acionada judicialmente para assumir obrigações de fazer e não fazer, bem como o pagamento de indenizações por dano moral individual e coletivo. “A partir de agora iremos judicializar a questão, oficiar o Ministério Público Federal (MPF) para o crime de submissão de pessoas a trabalho análogo ao de escravo e buscar a imposição das diversas restrições que existem para as empresas que são flagradas nesse tipo de conduta, como a inserção do nome da empresa na Lista Suja do Trabalho Escravo, a proibição de obter empréstimos com as instituições financeiras de caráter público, a possível expropriação da terra, entre outras medidas”.

Por fim, Sarah relata que “o MPT já está em contato com as empresas siderúrgicas que compram o carvão da PH Agronegócios e Participações para informar a elas que o fornecedor foi flagrado em fiscalização do trabalho como empregador escravocrata”.

Confira as fotos da operação: 

Fonte: ASCOM/MPT-MG

Última atualização em 12/04/2022 às 21:08