O fim de semana belo-horizontino pulsou embalado pelas batidas do hip-hop e pelo gritos de milhares de pessoas de todos os estados do Brasil, que vieram até a capital mineira para acompanhar o Duelo Nacional de MCs, que acontece neste formato desde 2012, estando em sua sétima edição. O vencedor desse ano foi o rapper sul-mato-grossense Miliano, de 25 anos, que levou para sua terra um prêmio de dez mil reais, roupas de grifes parceiras do evento e a chance de gravar suas músicas em estúdio.
Segundo o site do jornal Estado de Minas, mais de 10 mil pessoas, em sua maioria jovens, acompanharam o evento, que tradicionalmente acontece sob o Viaduto Santa Tereza, na capital mineira, mas que dessa vez foi afastado alguns metros, e aconteceu nq Rua Aarão Reis. A cada rima ou “ataque” dos MCs, o público ia ao delírio, gritando e erguendo as mãos para o alto, regendo o ritmo da batalha junto com o beat, base sonora que os rappers usam para rimar. Além das batalhas, a tarde teve shows de rap e atrações culturais que incendiaram o público. Um dos artistas mais ovacionados pela plateia foi o rapper mineiro Djonga, um dos principais nomes do rap nacional, que levantou o público com alguns de seus sucessos, como o hino “Olho de Tigre” e a música “UFA”, que cantou juntamente com Sidoka, outro MC do estado.
E no final, quem levou a competição foi o sul-mato-grossense Miliano, que venceu o MC “da casa”, NG e levantou o troféu de campeão nacional de 2018. Foi a primeira vez que um MC do Mato Grosso do Sul ganhou o prêmio, geralmente dominado por rappers do Sudeste e Brasília.
A reportagem do Mais Minas esteve no evento e pode acompanhar a intensa movimentação no local, iniciada ainda de manhã e que perdurou até o final da noite. Mesmo com o fim do Duelo Nacional ainda às 18 horas, o público se aglomerou nas proximidades do Viaduto para aguardar a final do Duelo Estadual Independente, que é como um lado B do Nacional, mas que não perde em qualidade para o evento principal e que contou ainda com a participação de MCs famosos como Nauí MOVNI e Lya, de Brasília, e Nicolas Walter, do Rio Grande do Sul.
As batalhas
As batalhas de rima funcionam de forma eliminatória, onde um MC “ataca” o outro procurando desestabilizá-lo e arrancar mais gritos da plateia que o oponente. Apesar de um participante não medir esforços para desmoralizar o outro, a agressividade só se faz presente no momento das rimas. Fora delas o clima é de muita paz, amizade e respeito. Também não são aceitas nas batalhas qualquer tipo de manifestação de preconceito ou discriminação. As batalhas são conhecidas como “de sangue”, mas é inaceitável qualquer rima que diminua ou desrespeite o “eu” do outro.
O Duelo de MCs reuniu rappers de diversas localidades do país, que disputarem seletivas regionais e estaduais. Os que venceram tiveram a chance de disputar o Nacional, que começou no sábado, com as primeiras eliminatórias e no domingo com as finais. O sistema adotado é o de mata-mata. O vencedor de cada batalha sai por votação. São dois votos de jurados especializados, mais um do público, que grita por aquele que acreditam ter se saído o vencedor. No fim, quem tiver a maioria dos votos, vence o duelo.