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Muito além do gostar! A vontade de doces pode ser um vício

14/10/2020 às 09:13
Tempo de leitura
3 min

Certamente você já ouviu falar sobre pessoas viciadas em doces. O vício é definido como uma doença crônica com recaídas; caracterizado por um padrão de repetição de um comportamento sem que se tenha controle sobre ele.

O vício em doces inicia-se com compulsão episódica de consumo e progride para a manifestação de desejo intenso até chegar ao terceiro estágio onde o indivíduo experimenta sintomas de abstinência. O estresse afeta fortemente cada um desses estágios.

Existem algumas possíveis explicações para o surgimento da compulsão por doces, dentre elas:

  • Acredita-se que a diminuição dos níveis de glicose no sangue estimule a fome, o que resulta no desejo incontrolável pelos doces, por serem uma fonte rápida de energia. A ingestão de carboidratos aumenta os níveis de insulina e este hormônio, por sua vez, reduz a glicemia, causando um desejo cada vez maior por carboidratos, resultando em episódios de compulsão.
  • Outra hipótese seria a de que o consumo abusivo de doces ocorre com o objetivo de aumentar a disponibilidade de triptofano, que é o precursor da serotonina, conhecida como “hormônio da felicidade”; ou seja, a compulsão por doces ocorre como um mecanismo para melhora do humor.
  • A compulsão surge devido ao fato de que após o consumo de doces o cérebro libera opioides, que são substâncias químicas naturais que dão sensação de imenso prazer. Alguns estudos mostram que a compulsão por açúcar produz no cérebro o mesmo efeito químico de drogas como a heroína, por exemplo. Desse modo para produzir a mesma sensação de prazer o cérebro passa a necessitar de quantidades cada vez maiores de opioides e consequentemente, de doces.
  • Além dos efeitos prazerosos associados ao consumo, os efeitos de mal estar decorrentes da abstinência também podem servir de motivação para que haja o consumo de doces de forma compulsiva.

Mais do que conhecer as causas da compulsão por doces é importante que saibamos também como driblá-la. Para tanto, recomenda-se que sejam feitas 3 refeições principais e mais alguns pequenos lanches ao longo do dia, a fim de controlar os níveis glicêmicos e a fome. Além disso, certifique-se de consumir porções adequadas de carboidratos e proteínas, sobretudo naquelas refeições que geralmente precedem o maior desejo por doces. Uma refeição balanceada ajuda a garantir saciedade e consequentemente reduzir o desejo por doces.

Uma estratégia bastante interessante consiste em estipular uma frequência semanal para o consumo de doces, dando preferência para que a ingestão ocorra após uma refeição, a fim de evitar uma queda muito rápida da glicemia, a qual pode ocasionar a compulsão. Tenha em mente que seu desejo incontrolável por doces pode ser fruto de uma necessidade emocional ou psicológica; portanto, não retire esses alimentos da sua rotina antes de assegurar que terá um suporte emocional e nutricional para isso. O vício em doces é real e ,como qualquer outro vício, depende acima de tudo da vontade individual para eliminá-lo; no entanto, sabe-se que essa não é uma tarefa fácil e, portanto, deve ocorrer aos poucos, com paciência e a certeza de que cada pequeno passo em direção à redução do consumo é uma grande evolução.