O Sarau passará por 12 cidades mineiras, entre elas três Patrimônios Culturais da Humanidade. Diamantina, Conceição do Mato Dentro, Itabira, Sabará, Caeté, Ouro Preto, Mariana, Ouro Branco, Congonhas, Nova Era, Santa Bárbara e Catas Altas. Projeto que começou em 2015 entra agora em sua terceira temporada e já passou por 29 cidades brasileiras e três capitais.
O Projeto Música & Poesia na Estrada Real é promovido pela ARTS Realizações, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, viabilizado pelo patrocínio do Instituto Cultural Vale.
Após os sucessos da primeira e da segunda temporadas do Sarau de música e poesia de Toninho Horta & Petrônio Souza, interrompido devido à pandemia mundial do corona-vírus, a dupla inicia agora a III Temporada do Projeto, com eventos nas cidades históricas da Estrada Real. Nessa nova fase o projeto vai passar por 12 cidades mineiras.
O Sarau da dupla começou em novembro de 2015. O Projeto chega ao ano de 2022 com os autores lançando novas obras, produzidas durante os últimos anos, sendo que o CD duplo de Toninho Horta foi vencedor do Grammy Latino de 2020 como melhor álbum de Música Popular Brasileira e Petrônio Souza apresenta o livro Dia Nublados, todo ele escrito durante a pandemia.
Antes da sessão de autógrafos, os autores farão um bate-papo, quando abordarão detalhes e características de suas obras, além da poesia na música popular brasileira, histórias do Clube da Esquina, bastidores do mundo literário, e as eternas parcerias de Toninho Horta e suas gravações. Haverá, ao final, espaço para perguntas do público.
O Projeto
Na primeira fase do Projeto, Toninho Horta lançava a sua biografia: “Harmonia Compartilhada” e Petrônio o livro “Um Facho de Sol como Cachecol”. A dobradinha deu tão certo que a primeira edição dos livros de Petrônio e Toninho se esgotou completamente, o que fez ambos finalizar com mais rapidez projetos editorias que estavam em andamento. Nesse ínterim, o espetáculo passou por São Paulo, Belo Horizonte, Rio de janeiro, além das cidades de Uberlândia, Varginha, Juiz de Fora, Ipatinga, entre muitas outras.
Na segunda temporada do Projeto, iniciada em 2018, Toninho Horta lançava seu song book “108 Partituras” e Petrônio Souza o livro “Braço de Rio, Pedaço de Mar”. A segunda temporada do Sarau foi interrompida quando a dupla acumulava 19 lançamentos agendados para os anos de 2020 e 2021.
Os autores
Toninho Horta está lançando mundialmente seu premiado CD duplo Belo Horizonte, produzindo juntamente com sua banda, a Orquestra Fantasma, que além de acumular a maior premiação da música mundial, traz participações de João Bosco, Joyce, Lisa Ono, entre muitos outros nomes de destaque da musical nacional e internacional.
Belo Horizonte é um projeto dividido em dois CDs. O primeiro CD tem o nome de “Belo” e o segundo, “Horizonte”. O Belo traz músicas que se tornaram conhecidas. Há nesse CD Beijo Partido, Pedra da Lua e Bons Amigos, além de Meu Canário Vizinho Azul, Durango Kid, Saguin, Aqui Ó! e Céu de Brasília. O segundo disco, Horizonte, é dedicado às músicas instrumentais, e aparecem temas inéditos, como Samba Sagrado, Villekilde Friends e Belo Horizonte. E tem ainda Ilha Terceira, Paris, Magical Trumpets, Dieb, Nanando e O Poder de Um Olhar.
Em 50 anos de estrada, Toninho Horta deve sua valorização sobretudo a regravações feitas por nomes como Elis Regina, Carmen McRae, Jane Duboc, George Benson, Pat Metheny, Tom Jobim e Gil Evans.
Considerado um dos maiores músicos do mundo na atualidade, Toninho tem vários discos gravados e distribuídos em todo o planeta e agora apresenta também seu primeiro SongBook, que tem distribuição internacional, e conta um pouco de sua trajetória. Para citar apenas dois nomes que admiram a obra de Toninho, Pat Metheny e George Benson, considerados ícones da guitarra, estão entre os artistas que o reverenciam. Toda sua carreira, sucessos, discos e histórias curiosas poderão ser conhecidos agora pelo grande público com o SongBooK 108 Partituras que, devido a expectativa criada no meio musical, já está com sua primeira edição esgotada.
O jornalista Petrônio Souza lança o seu sexto livro, o quarto de poemas, com imagens poéticas inusitadas, como já revela o título: “Dias Nublados”. Composto por 130 poemas, os textos não têm título, o que é uma inovação na forma de compor os versos pelo autor, vindo, cada um poema, com a primeira frase em destaque, sendo o título de cada texto. A crítica especializada e os maiores nomes da literatura nacional são unânimes em destacar a produção literária do autor, o colocando como um dos grandes nomes da poesia nacional na atualidade. Nas palavras de Luis Fernando Verissimo,Petrônio Souza é uma revelação na poesia: “Entre o lírico, o irônico, o insólito e o confessional viaja a poesia do Petrônio. Realmente uma revelação”.
Toninho Horta – Vindo de família de músicos – seu avô, o maestro João Horta, foi destaque entre os compositores de música sacra e popular no período Barroco mineiro – Toninho teve as primeiras aulas de violão com sua mãe Geralda, que era bandolinista, e seu irmão Paulo, contrabaixista. Na adolescência compôs suas primeiras canções, acompanhando cantoras na TV Itacolomy e se destacava entre os jovens músicos de sua geração. Morando no Rio de Janeiro a partir dos anos 70, TONINHO HORTA se tornou conhecido nas rodas do meio artístico, sendo admirado por todos pela sua performance bem pessoal, quando tocava a guitarra ou o violão e pelas composições inventivas, com sofisticada harmonia. No II Festival Internacional da Canção em 1967, promovido pela Rede Globo de Televisão, com direção artística de Augusto Marzagão, TONINHO HORTA foi finalista com as suas músicas “Maria Madrugada”, letra de Júnia Horta e “Nem é Carnaval”, em parceria com Márcio Borges. No IV Festival Internacional da Canção, em 1969, TONINHO HORTA novamente foi finalista com a música “Correntes”, cuja letra de Márcio Borges foi censurada, tendo que fazer algumas alterações. Em 1970 integrou a banda de Elis Regina e participou da gravação do LP “Ela”. Em 1972 participou em várias faixas no LP Clube da Esquina, de Milton Nascimento & Lô Borges, com amigos músicos e compositores, tocando uma variedade de instrumentos: violão, baixo, bateria, percussão e vocal. Em 1974 integrou o grupo “Som Imaginário” que, ao lado de Milton Nascimento e orquestra, gravaram o histórico álbum duplo ao vivo “Milagres dos Peixes”. TONINHO HORTA leva na bagagem cerca de 30 discos gravados e já tocou e gravou com músicos em mais de 40 países. É considerado hoje um dos maiores guitarristas de jazz do mundo, sendo aclamado e respeitado internacionalmente. Mais de 80 músicas foram feitas em sua homenagem por artistas em todo o planeta.
“Dias Nublados” é o quarto livro de poesia que Petrônio Souza lança, sempre fiel ao difícil afazer poético, a um só tempo popular e de sutil profundidade. Se os anteriores “Um facho de sol como cachecol” 2015 e “Braço de Rio, Pedaço de Mar” 2018 – maravilhou público e crítica, esse novo livro inscreve definitivamente o mineiro no trancado cenário literário nacional. Não bastassem elogios de Verissimo, Zuenir Ventura e Fernando Morais movendo-o aos picos dos maiores poetas de sua geração, Petrônio atualmente viaja o Brasil com um sarau de música e poesia com ninguém menos que o guitarrista Toninho Horta. O sarau de Petrônio e Toninho já passou por 26 cidades brasileiras e três capitais.
Escrito no período de pandemia mundial, no correr dos últimos dois anos, “Dias Nublados” traz 130 poemas voltados à temática do homem peso ao tempo e das buscas e frustrações humanas. Como escreveu sobre o livro anterior de Petrônio o saudoso Aldir Blanc: “os trilhos que levam ao Poeta Petrônio estão nas palmas das mãos dos seres humanos que sofrem”.
Dias Nublados é um livro denso, que traduz o tempo de afastamento e privações impostos pelo período de afastamento social e da pandemia mundial. Em seus 130 poemas sem título, o singular e original ato de fazer poesia, é perceptível em cada página. Porque, segundo o próprio autor, o “título muitas vezes já é uma síntese do poema, quando na verdade a poesia, por si só, é essa síntese; então o livro traz a primeira frase em negrito, e a síntese, a alma do poema, distribuída em seus versos”.
A apresentação do livro, assinada por Márcio Borges, uma das grandes influências na poética de Petrônio, o livro traz ainda registros dos depoimentos dos livros anteriores, entre eles o do saudoso Ferreira Gullar, que dizia não gostar de fazer apresentação ou depoimentos para escritores e poetas. Falecido em 2016, Ferreira foi amigo de Petrônio, que sempre o visitava em seu apartamento no Rio de Janeiro. O depoimento de Gullar talvez tenha sido, mais que uma exceção, um dos últimos textos do maranhense e que ainda estava inédito. Outros que falaram bem de Petrônio foram Sebastião Nery, Aristóteles Drummond e José Hamilton Ribeiro, além de Toninho Horta, Paulo Betti, Tostão, cronista post-futeboler.
Em sua apresentação, Márcio Borges diz que “Petrônio é um cara de muita luz. Não devo gastar palavras vãs, pois acompanho mesmo suas lições de poesia e vida, suas verdades não-ditas, e a suave, porém maciça presença, como a de uma montanha nublada.
Toda vez que penso em Petrônio, lembro-me de Drummond, o Carlos Itabirano. Petrônio também foi funcionário de escritório, também sagrou-se soberano anônimo de um enorme reino interior, feito de sentimentos e palavras, rimas e sons.
Petrônio, ou meu querido Petros, com costumo chamá-lo na informalidade de nossa longa amizade, foi chefe de gabinete da saudosa Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, e foi assim que o conheci.
Há 10 anos, ele agilizou e facilitou a edição do livro “Clube da Esquina 40 anos” e tornou-se nosso amigo. Digo nosso e me refiro em especial a meu parceiro Toninho Horta, de quem Petros tornou-se grande amigo, parceiro e companheiro em diversos palcos: um na guitarra genial, o outro na palavra solta, reta, medida, elaborada, profunda.
O espetáculo dos dois me marcou inesquecível e mostra o que podem os corações generosos quando decidem unir forças, amor, amizade, talento e desprendimento, em uma longa viagem de aprendizado e professorado, em que não se percebe quando começa um e termina o outro.
Desde lá, eu e Petros fizemos alguns eventos juntos. Tive até o prazer e a honra de recebê-lo e ao Toninho no meu pedacinho na roça. Ele sabe que não sou crítico literário; sou, quando muito, um militante da poesia.
Portanto, humildemente, não recheio meu texto com erudição e saberes históricos, em respeito à sabedoria do próprio autor e dos seus admiradores mais qualificados.
Em vez disso, coloco aqui meu testemunho vivo de admiração por seu grande talento e meu amor por seus versos, que falam profundamente ao meu coração. Porque não sei explicar, mas sei gostar.
Dias Nublados, título deste livro, vai mostrar ao leitor aquilo que afirmo agora: que não há nuvem espessa o suficiente para nublar o céu dos versos iluminados de Petrônio”.
Fonte: Petrônio Souza