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Nova graduação em Cinema e Preservação será criada pela UFOP

UFOP planeja curso de graduação em Cinema e Audiovisual
Foto: Vinícius Terro/Universo Produção

Na manhã de quinta-feira (26), durante a 20ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, foi anunciada uma das principais novidades do evento: a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) está planejando um curso de bacharelado em Cinema e Audiovisual com ênfase em preservação. A proposta foi apresentada por Frederick Magalhães, do Instituto de Filosofia, Artes e Cultura (IFAC), em mesa realizada no Centro de Convenções sobre formação em preservação audiovisual.

O novo curso buscará unir formação técnica, produção criativa e conhecimento histórico, aproveitando a rica tradição cultural e cinematográfica de Ouro Preto. A cidade, que já foi cenário de obras como “Os Inconfidentes” (1972), de Joaquim Pedro de Andrade, será também o espaço de aprendizagem e pesquisa para futuros profissionais da memória audiovisual.

Frederick Magalhães destacou que o curso será integrado ao trabalho do La Foto, Laboratório Arquivo de Fotografias do IFAC, que já atua com preservação fotográfica. “Estamos construindo um futuro onde memória e arte se entrelaçam, preservando narrativas visuais e sonoras”, afirmou. Segundo ele, a proposta também prevê fomentar pesquisas sobre o patrimônio audiovisual da cidade, com foco na recuperação e restauração de acervos históricos ainda pouco explorados.

A UFOP tem histórico de iniciativas ligadas ao audiovisual, como a aquisição do Cine Vila Rica em 1986, a criação do Centro de Produção e Pesquisa Audiovisual (CPPA) em 2006 – atual TV UFOP – e a parceria com a Universo Produção na realização da própria CineOP.

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Além da UFOP, a mesa contou com representantes de outras instituições que desenvolvem formações voltadas à preservação. Cris Gonçalves, da Escola de Audiovisual da Vila das Artes (Fortaleza), detalhou a estrutura do curso da instituição, que abrange desde fundamentos teóricos até técnicas de preservação de películas e mídias digitais. O acervo da escola, com 277 filmes, serve como base para os alunos criarem um repositório digital com tecnologia Tainacan.

Já Rafael de Luna Freire, da Universidade Federal Fluminense (UFF), destacou a trajetória do Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual (LUPA), criado em 2017, mas que tem disciplina obrigatória em preservação desde 2005. O LUPA integra ensino, pesquisa e extensão com atividades práticas de digitalização e revisão de filmes dentro da própria universidade.

Virginia Flores, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), apresentou o Laboratório de Cinema e Audiovisual para Preservação da Imagem e do Som (LAB CAPS), fundado em 2024. O foco é catalogar acervos digitais e fitas mini-DV de movimentos sociais locais, enfrentando desafios como a falta de equipamentos compatíveis. A expectativa é firmar parcerias com instituições da tríplice fronteira, como o MIS-PR e a Itaipu Binacional.

A mesa reiterou a urgência de formação de profissionais da memória, com conhecimento técnico e compromisso com a identidade cultural do país. O novo curso da UFOP surge como um marco nesse caminho, somando-se às iniciativas que colocam a preservação audiovisual como pilar da educação cinematográfica brasileira.