O amado e odiado VAR!

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Em um esporte completamente movido pela emoção, onde a racionalidade raramente entre em campo, onde o torcedor durante uma única partida passa por um carrossel de emoções, o VAR chegou para ampliar ainda mais esta variação emocional.

À euforia do gol acrescentou-se à agonia de aguardar até o momento em que o árbitro retirará a mão do ouvido e soprará novamente o apito, mandando a bola rolar, caso contrário à euforia rapidamente passará a frustração.

À frustração do gol sofrido somou-se à esperança de que enquanto a bola não role, uma irregularidade possa ser encontrada, causando assim a anulação do mesmo, transformando a frustração em alivio.

Existe agora o momento de aflição, expectativa e ansiedade compartilhada, que acontece quando de repente em um lance onde a bola para, o árbitro manda aguardar e começa a conversar levando as mãos ao ouvido (gesto clássico da interferência do VAR) e ninguém sabe o que poderia ser. Se é a favor, se é contra, qual lance teria passado despercebido?  Jogadores e torcedores em casa ou no estádio ficam aflitos e confusos, pois no estádio não se tem replay, em casa também não temos mais, replay agora só após, a muitas vezes demorada, decisão do árbitro. E quando este se dirige ao monitor na beirada do gramado, aí que o coração beira a sair pela boca, a curiosidade e a ansiedade ficam intensas, até que o mesmo retorne a campo indicando o que será marcado, deixando alguns confusos porem contentes e outros confusos e revoltados.

O mesmo torcedor que hoje ama o VAR, amanhã poderá odiá-lo pelo mesmo motivo, porque no mundo passional as coisas são assim, e no fundo no fundo o VAR só existe por sermos tão passionais, pois se usássemos a razão, entenderíamos que o arbitro é um ser humano, e assim sendo, passivo a cometer erros, que nosso time não foi “roubado”, que o árbitro nem sempre é tendencioso e que o impedimento de 2 mm não assinalado não foi para prejudicar o nosso time, embora possa ter prejudicado.

De fato o VAR veio para realmente tentar ser mais justo, não entrando no mérito de critérios, protocolos, tempo e etc., e até para trazer um pouco mais de razão a este esporte tão emocional, amado e polêmico que é o futebol, mas acabou trazendo ainda mais emoção.

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