O Cruzeiro é uma incógnita e inclusive já falei disso aqui no Mais Minas. A equipe celeste pode ir do sonolento ao vibrante de uma partida para outra. É o melhor ataque da Libertadores e o terceiro pior do Brasileirão. É até injusto com o torcedor. Se cornetamos, eles vêm e calam nossa boca e, quando nos empolgamos, no jogo seguinte já ficamos com raiva novamente.
Num contexto geral, estou feliz com o Cruzeiro. Atualmente a equipe mineira se encontra nas semifinais da Copa do Brasil e com boa vantagem nas oitavas da Libertadores. Por outro lado, se encontra no oitavo lugar do Brasileirão (19ª rodada), o que não parece ser tão ruim se levarmos em conta o contexto da temporada. Mas que é bem preocupante por fatores como: as cinco rodadas seguidas sem vitória, além dos números como o terceiro pior ataque da competição, com menos gols que jogos, e apenas 45.6% de aproveitamento no torneio.
Como eu disse aqui, desprezar o campeonato nacional, apesar de ser necessário, pode se tornar um tiro no pé. A cada mal resultado no Brasileirão vejo a responsabilidade de conquistar algum título aumentar mais e mais. O Cruzeiro claramente vem entrando de “freio de mão puxado” nos jogos da Série A. A diferença da postura da equipe nos torneios é gritante. A equipe que venceu o Flamengo só é igual à aquela que empatou com o Bahia nos nomes. De resto, são dois times totalmente diferentes.
E o torcedor só aceita esse comportamento enquanto a equipe estiver vencendo algo. Os jogadores sabem que o título nacional de pontos corridos hoje é um objetivo irrealista e que se, eventualmente, não conseguir levar os mata-matas, a vaga na Libertadores 2019 também estará bem distante. Sabem que sem troféus a situação financeira do clube pode ir de mal a muito pior. E têm total noção que se os títulos não vierem, o torcedor não irá perdoar.
Realmente não espero um desempenho equivalente nas três competições que disputamos. Entendo que tentar abraçar o mundo poderia trazer consequências ainda piores para o time (situação que o Flamengo enfrenta até certo ponto no momento atual da temporada), mas a priorização sempre é arriscada, e o futebol, claramente desinteressado, do time azul celeste no Brasileirão cria ainda mais a sensação de obrigatoriedade nas conquistas dos torneios que os jogadores realmente estão levando a sério.
E eu confio que podemos alcançar esses títulos, afinal nosso time ama um jogo decisivo, e espero que consigamos levantar esses canecos. Até porque se por ventura isso não acontecer, as coisas vão ficar tensas na parte azul de BH.