A rejeição por alimentos desconhecidos é recorrente no dia a dia. É comum que se presencie situações em que ocorre um preconceito sobre determinado alimento, acreditando que seu sabor é desagradável antes mesmo de se ter o primeiro contato. Essa resistência em experimentar novos produtos alimentares é denominada neofobia alimentar.
A neofobia alimentar é uma característica inata de precaução diante dos potenciais perigos que um alimento pode apresentar. Podemos citar como exemplo, a rejeição por alimentos amargos, que é decorrente do instinto de sobrevivência herdado por nossos ancestrais, que consideravam o amargor como um sinal para evitar o consumo de alimentos deteriorados ou potencialmente tóxicos. Com isso, as pessoas passaram a rejeitar até mesmo os níveis baixos de amargor que não são nocivos a espécie humana, o que pode se tornar um fator prejudicial à saúde, devido ao fato de causar um baixo consumo de determinadas frutas e legumes ao passo que eleva o consumo de alimentos doces.
Entre as causas da neofobia alimentar podemos citar a hereditariedade, visto que pais com neofobia alimentar podem ter filhos com esse mesmo comportamento; Práticas alimentares restritivas e monotonia alimentar; além de emoções negativas associadas à primeira exposição ao alimento.
A predisposição para experimentar novos sabores começa antes mesmo de nascermos, pois, certos sabores consumidos pela mãe durante a gravidez são preferidos pelo filho logo após o nascimento e além disso, alguns sabores passam através do leite materno; dessa forma, as crianças tendem a preferir por consumir os mesmos alimentos consumidos pela mãe durante a gestação e amamentação. Os gostos doces e salgados já são naturalmente preferidos pelas pessoas desde que nascem.
Pessoas com neofobia alimentar apresentam resistência em mudar os hábitos, o que resulta em uma monotonia alimentar, alto consumo de alimentos ricos em açucares, sódio e gorduras, ou seja, uma alimentação pouco variada e consequentemente de baixa qualidade, o que pode contribuir para carências nutricionais, baixo peso ou até mesmo obesidade, diabetes, hipertensão, etc.
Para reduzir a neofobia é necessário que haja uma exposição contínua aos alimentos, associada a experiências positivas, a fim de que por meio da repetição, a rejeição seja aos poucos substituída pelo hábito. O que não é aceitável é que se determine a não afinidade por determinado alimento antes mesmo de tê-lo experimentado, ou após um único contato, privando-se de conhecer uma maior variedade de alimentos e de se usufruir dos benefícios de uma alimentação saudável.