Foi entregue, em cerimônia, na última quarta-feira (02), o restauro do prédio histórico da Casa de Câmara e Cadeia de Mariana e da Capela e Armazém anexados ao local. O serviço foi realizado por meio de recursos vindos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), através do PAC de Cidades Históricas e também do município.
Adriano Luís Furini de Souza, restaurador responsável pelas intervenções no prédio histórico, destaca que essa é a maior restauração que o local passou desde 1830 e foram recuperados tanto elementos estruturais quanto elementos de acabamento, como pisos e barrotes, na mesma materialidade original. O restaurador afirma também que “mais de 80% dos elementos do prédio foram restaurados e recolocados, priorizando não só o lado da materialidade, mas também a imaterialidade da Câmara”, destacou.
Na fachada do prédio, algumas intervenções foram necessárias, como a da escadaria principal feita pela técnica milenar de cantaria, as grandes portas de entrada, além da pintura realizada por todo o exterior do local. A estrutura também estava abalada pelo tempo e poderia apresentar riscos à população; as telhas foram trocadas devido a goteiras e as chaminés foram restauradas.
Internamente, o prédio também passou por restauros, como os pisos e forros – inclusive os de gamela, típicos do período colonial mineiro – foram restaurados. Foi feita a construção de novos sanitários e a implantação de elevador, a fim de promover acessibilidade e conforto para a população e para o Legislativo. Obras complementares como proteção contra incêndios, instalações hidráulicas e instalações elétricas, além de paisagismo, também foram executadas.
As obras de restauração e requalificação dos bens culturais de Mariana têm o objetivo de preservar e valorizar o patrimônio brasileiro, de modo a promover a democratização da cultura e o desenvolvimento econômico e social para todos, com sustentabilidade e qualidade para toda a população e visitantes!
PATRIMÔNIO HISTÓRICO NACIONAL
Mariana é a primeira capital de Minas Gerais, com ruas e vielas históricas – marcadas pela mineração do ouro – que compõem um conjunto arquitetônico único traçado e planejado entre as cidades coloniais mineiras. O Centro Histórico foi tombado pelo IPHAN em 1945, e carrega um grande acervo arquitetônico que possui significativa importância para o patrimônio cultural brasileiro e de Minas Gerais.
A Casa de Câmara e Cadeia foi construída em 1762, e o edifício foi implantado no local onde anteriormente se situava o antigo Quartel dos Dragões, instalado na época do Conde de Assumar. As composições arquitetônicas e centenárias do local condizem com uma rica estrutura de Casa de Câmara, como as janelas com molduras curvas, balcões de pedras e guarda-corpos de ferro trabalhado, além de elementos imponentes, peças decorativas e paredes espessas.