As últimas grandes produções de sucesso direcionadas ao público adolescente tem deixado claro uma inclinação ao abordar temas diversos que parece ser a nova tendência em produções do gênero.
Fórmulas de sucesso usadas em décadas anteriores, ao estilo de High School Musical ou clássicos americanos como “Meninas Malvadas”, “Ela é Demais” e “A Nova Cinderela”, deixaram de ser exploradas para dar lugar a algo que parece ser diferente.
As novas produções chamam a atenção, ora pela sutileza como tratam temas tocantes como em “A Culpa é das Estrelas”, ora pelo impacto que causam ao tocar em assuntos polêmicos, e outrora pouco explorados, como as consequências do bullying culminando em um suicídio e a tentativa de massacre na série 13 Reasons Why.
O filme Lady Bird, primeiro longa solo da diretora Greta Gerwing, em termos de premiações, foi o que mais se destacou nesse novo momento do gênero. A produção, que expõe a o amadurecimento da protagonista, mostrou que as produções do gênero podem ir além das brigas de tribos no ensino médio ao ser indicada a 5 Oscars em 2018.
“Com amor, Simon”, filme lançado em maio deste ano, foi outra produção que fez sucesso nesse meio. O enredo abordou dilemas que envolvem a descoberta da sexualidade de um adolescente gay. O filme se destacou por retratar a luta interna e externa livre de estereótipos.
Logo depois, os filmes “Para Todos os Garotos que Amei” (que com sutileza aborda o romance na juventude negando alguns clichês) e “Sierra Burgess is a Loser” (que trata da vida de uma adolescente que sofre gordofobia) foram lançados pela Netfix, também conseguiram agradar o público jovem.
Entre outros assuntos, as produções têm em comum o fato de se adaptarem para abordar temas em alta, sobretudo entre o público jovem. É comum perceber narrativas sobre a aceitação o corpo, a preocupação com a saúde mental, o aumento da diversidade e o respeito à orientação sexual. Temas que sinalizam a empatia entre os personagens e o empoderamento feminino também aparecem. Outro ponto que essas produções parecem ter em comum é o fato de não mais tratar o adolescente de um modo pejorativo, como pessoas perdidas, revoltadas e caricatas.
Este gênero, que antes tratavam o adolescente de modo um pouco pejorativo, como pessoas perdidas e caricatas, agora investe em levar a sério o público alvo para mostram que seus problemas não podem ais serem vistos como algo banal.