Sabe-se que o excesso de gordura corporal, muito além da estética, é motivo de preocupação por se tratar de um grande fator de risco para a saúde. A distribuição da gordura corporal varia de pessoa para pessoa, podendo se acumular de forma subcutânea ou visceral.
A gordura subcutânea é aquela localizada abaixo da pele e tem aparência de uma gordura mais mole. São os conhecidos “pneuzinhos” que ficam nas laterais da região abdominal, caracterizando a obesidade em formato de “pera”. Esse tipo de gordura é mais frequentemente encontrado nas mulheres do que nos homens, devido ao fato do hormônio feminino estrogênio favorecer o acúmulo de gordura nos quadris, nos seios, nas coxas e nas nádegas. As células da gordura subcutânea são menores e possuem maior facilidade de se multiplicar. Embora seja considerada como um tipo de gordura menos prejudicial à saúde, ela é mais difícil de ser eliminada.
Já a gordura visceral localiza-se nas camadas mais profundas do abdome, atrás dos músculos, entre os órgãos. Tem uma aparência mais dura, sendo conhecida como “barriga de cerveja” ou “barriga de chopp”, embora possa estar presente até mesmo em quem não consome bebida alcoólica. Esse tipo de gordura é encontrado mais frequentemente nos homens do que nas mulheres, caracterizando a obesidade em formato de “maçã”. As células da gordura visceral são maiores e se multiplicam pouco, mas são mais ativas e além de aumentar a inflamação nos órgãos, ainda alteram a produção de vários hormônios essenciais para o bom funcionamento do nosso metabolismo.
É importante saber que qualquer excesso de gordura corporal é perigoso, mas a gordura visceral é um fator de risco ainda maior do que a gordura subcutânea, visto que está associada ao aumento de doenças cardiovasculares, resistência à insulina, diabetes, hipertensão, síndrome metabólica e também é fator de risco para mais diversos tipos de câncer.
Tanto a gordura subcutânea como a visceral, além de serem reservas de energia, também têm funções endócrinas, pois liberam hormônios e proteínas. No entanto, acredita-se que os hormônios e proteínas secretados pela gordura visceral sejam mais pró inflamatórios que a gordura subcutânea. Esta é uma das razões pelas quais o excesso de gordura visceral está mais fortemente associado a doenças metabólicas e doenças cardiovasculares, sendo, portanto, mais preocupante.
O acúmulo de gordura ocorre de maneira gradativa e em decorrência de hábitos de vida inadequados, como uma alimentação desequilibrada e a falta da prática de atividade física. Portanto, para se reverter este quadro é necessário que sejam feitas mudanças no estilo de vida, como abandonar o sedentarismo e o hábito de fumar e o evitar uso de bebida alcoólica, bem como adotar uma alimentação equilibrada.
De forma geral é fundamental restringir o consumo de carboidratos refinados, refrigerantes, álcool, embutidos e alimentos industrializados em geral; bem como a ingestão de carnes gordurosas, leite gorduroso e seus derivados. Em contraponto recomenda-se o consumo de alimentos com ação antioxidante e anti-inflamatória, como azeite de oliva extravirgem, peixes como sardinha, atum e salmão (fontes de ômega 3), cereais integrais, hortaliças e frutas, castanhas, nozes, linhaça, sementes de chia, etc.
Eliminar o excesso de gordura corporal proporciona benefícios tanto para a saúde física, prevenindo de doenças, quanto para a saúde mental, garantindo um aumento da autoestima. Dessa forma, adotar um estilo de vida mais saudável é a atitude mais vantajosa para quem quer adquirir autossatisfação com o corpo e evitar doenças, bem como o uso constante de medicamentos.