Após sofrer críticas de Bolsonaro e Marcos Pontes (ministro da Ciência e Tecnologia), o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, foi exonerado de seu cargo nesta sexta-feira (2). O presidente criticava os dados que o instituto divulgava sobre o desmatamento na Amazônia, que eram feitos a partir de imagens coletadas por satélite.
Na manhã desta sexta-feira, aconteceu uma reunião entre o ministro Marcos Pontes e o diretor Ricardo Galvão, que durou por cerca de duas horas, onde a decisão foi anunciada. Logo após, Marcos Pontes fez o anúncio para os jornalistas que estavam na frente do ministério.
Em pronunciamento, Ricardo Galvão disse que a reunião foi excelente e muito construtiva e que Marcos Pontes foi muito cortês. Ele diz ainda que ficou muito feliz com a preservação do Inpe: “Claro, como meu discurso com relação ao presidente, criou constrangimento. No entanto, eu tinha uma preocupação muito grande que isso fosse respingar no Inpe”. Assiste o pronunciamento completo:
Pronunciamento à Imprensa do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Ricardo Magnus Osório Galvão após a reunião com o ministro do MCTIC, Marcos Cesar Pontes. pic.twitter.com/qmU6KZXeA3
— MCTIC (@mctic) August 2, 2019
Em seu Twitter, o ministro Marcos Pontes agradeceu pela dedicação e emprego de Ricardo Galvão à frente do Inpe e disse “tenho certeza que sua dedicação deixa um grande legado para a instituição e para o país”.
Agradeço, pela dedicação e empenho do Ricardo Galvão à frente do INPE.
Tenho certeza que sua dedicação deixa um grande legado para a instituição e para o país.
Abraços espaciais https://t.co/r8wn8HMTiI
— Marcos Pontes (@Astro_Pontes) August 2, 2019
Galvão disse que no regimento do instituto está escrito que se houvesse perda de confiança, o ministro poderia substituir o diretor.
Com o intuito de continuar com a sua linha de ação, o diretor disse ter indicado um nome para ficar em seu lugar, mas não quis revelar quem seria, já que o ministro é quem deverá escolher o novo diretor.
Ricardo Galvão estava no Instituto desde a década de 70 e seu mandato de quatro anos terminaria apenas no final de 2020.
Informações do instituto mostram que os alertas de desmatamento da Amazônia estão disparados desde maio e que em julho teve o maior valor desde 2015, para um único mês. Entre agosto do ano passado e 31 de julho, o desmatamento é de 40% a mais do que no mesmo período do ano anterior.
Veja nossa matéria sobre às críticas:
Bolsonaro e Marcos Pontes criticam dados do Inpe sobre desmatamento