Rima em Prosa #14: Com exclusividade, Yunk Vino fala sobre seu novo disco “237 Deluxe”

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Um dos grandes nomes a despontar no trap nacional em 2019, Yunk Vino vem conquistando muito em 2020. Após terminar o ano passado em alta, o rapper conseguiu ainda mais destaque no primeiro semestre deste ano, quando lançou as duas versões da mixtape 237. A edição Deluxe do disco tem feito bastante sucesso e trouxe novas parcerias pra carreira do artista, como um feat com o MC Igu, da Recayd, com quem ele recém começou a colaborar. Além disso, o projeto contou com mais três participações, sendo uma internacional, e um time de peso na produção. 

Para falar um pouco sobre o processo de desenvolvimento e todos os detalhes de 237 Deluxe, chamamos Yunk Vino para participar de um bate papo aqui na Rima em Prosa. Confira essa entrevista: 

Feats e novas parcerias de Yunk Vino

MM: Nos últimos meses você estreitou seus laços com o Mc Igu e vocês acabaram lançando algumas músicas juntos. Como surgiu essa parceria? 

YV: Essa parceria surgiu de repente. A gente se seguiu no Instagram e nós já havíamos respondido os stories um do outro uma vez. Nisso rolaram elogios mútuos e surgiu uma aberta para que no futuro nós fizéssemos uma música juntos. Depois, em um certo dia, o Celo (produtor) me mandou uma guia dele e disse “se prepara que o Igu vai te mandar essa daqui”. Eu ouvi e achei absurda, era a guia da faixa LA (música presente no disco @). Passou uns 10 minutos e o Igu já me chamou dizendo “parça, quando eu fiz essa daqui eu já pensei em você na hora”. Aí passou uma semaninha, se eu não me engano, e eu escrevi. Eu tava muito viciado na guia, então eu ficava ouvindo muito a parte dele, porque queria entrar da melhor forma na música, pra fazer a vibe se completar e não ter duas vibes diferentes na mesma track.

MM: No futuro, há a possibilidade vocês de lançarem, quem sabe, um EP ou uma mixtape colaborativa?

YV: Não sei. Quem sabe? Porém tudo é possível, tudo é possível. Vamo ver aí o que os próximos capítulos de 2020 no trap nacional podem nos presentar. 

MM: Falando em parcerias, no final do ano passado você lançou três músicas em parceria com Dudu e VK Mac: Flashes, RACKS e Jellybean’s Feelings. Entre elas, qual é a sua favorita? 

YV: Acho que Jellybean’s Feeling é a minha preferida. Não sei por que, mas é. Acho que o conteúdo da música, como a gente gravou, como foi o processo criativo e como foi a gravação do clipe também. Acredito que esse conjunto de coisas me faz ter ela como favorita. 

Participação no RapBox

MM: Recentemente você participou de uma música de um dos maiores projetos do rap nacional, que é o RapBox. Conte-nos um pouco de como foi estar lá. 

YV: Foi um convite muito espontâneo do RapBox. Muito natural. A gente já estava trocando ideia pra armar outros projetos envolvendo eles e aí apareceu a oportunidade pra fazer o Synthetico com aquele pessoal. E porra, só rapaziada que eu já conhecia, tá ligado? Que eu já tive algum contato, que eu já troquei alguma ideia. Só a Brenda que não, ela eu não conhecia, fui conhecer só no dia da gravação. Mas foi uma track que todo mundo se divertiu bastante, todo mundo deu risada no dia. Foi algo bem descontraído. 

MM: Dos artistas que colaboraram com você nessa faixa, tem algum que você ainda tem bastante vontade de trabalhar junto novamente? 

YV: Se no futuro surgir uma oportunidade boa e ela tiver identidade com meu trabalho, pode ser. 

Processo de produção do 237 Deluxe

MM: Como você mesmo vem dizendo, o 237 Deluxe foi gravado quase que inteiramente dentro de casa. Como foi essa experiência?

YV: Gravar o Deluxe em casa foi uma experiência diferente. Querendo ou não, você tá acostumado a ficar viajando, a estar sempre na sessão de estúdio com um amigo, sempre com a gangue, pra do nada você ter que fazer tudo sozinho, trancado em casa, não tendo show e não tendo como ver os amigos, não podendo ver ninguém. É muito complicado. Mas eu acho que eu consegui transmitir bem as energias. 

MM: Esse disco traz um feat com o rapper português Sipinpurpp. Essa é sua primeira colaboração internacional? Você acompanha a cena portuguesa?

YV: Então, eu acompanho um pouco só da cena portuguesa. Eu até queria escutar mais e poder conhecer mais artistas, mas eu sigo o Sipinpurpp já tem um tempo, desde quando ele lançou a faixa Sauce. Também acompanho o Wet Bed Gang, o Zara G e o pessoal lá. Então eu tô sempre pesquisando e vendo se os caras lançaram alguma parada nova e tal. 

MM: A versão Deluxe da mixtape 237 traz 14 músicas novas. Esse projeto surgiu naturalmente após o lançamento da primeira versão do ou já era algo que você tinha em mente?

YV: A ideia do Deluxe já tinha se passado na minha mente antes do 237 sair. Já era algo que eu meio que estudava. Acabou que poucos dias após sair o 237 eu bati o martelo e falei que tinha que ter um Deluxe. porque a repercussão que a mixtape gerou em pouco já me surpreendeu muito. O povo tava pedindo muita coisa e foi aí que decidi e fui.

MM: Para o disco, você trouxe um grande time de produtores. No seu processo de produção, como você escolhe os beats das suas músicas? Tem o costume de pegar beats desconhecidos ou apenas de produtores que você conhece?

YV: Eu costumo pegar beats de produtores que eu já conheço, mas eu também me disponibilizo pra ouvir muitos beats de desconhecidos, de produtores que tão vindo agora, que eu não tenho contato que e meus amigos tem. Foi o que aconteceu no caso do Piazza e do Scotz, dois produtores que trabalharam no Deluxe e que eu não conhecia antes disso. Conheci os dois através de outros produtores, que são meus amigos e que também trabalharam no projeto. Isso foi muito importante pra mim. Eu sempre costumo fazer isso, porque querendo ou não, você descobre um talento novo, você consegue trabalhar junto, dar oportunidade pra pessoa. 

MM: Você disse que esse trabalho terá estéticas diferentes em cada uma das músicas. Quando você cria uma track nova, a estética já é pensada assim que você escuta o beat ou só depois que a letra já tá pronta?

YV: Eu acho que a estética da música vai desde a primeira frase que você pensa quando ouve o beat, até o último adlib que você faz quando a música acaba. É todo um processo criativo exatamente de moldar algo. Pelo menos comigo é assim, é como se eu tivesse começando e terminando de moldar algo. Saca? Eu tento olhar isso como uma atmosfera, uma vibe, uma wave. Que é começar a música já pensando em toda construção que ela vai ter. Toda a viagem que vai ser desde o play até o fim da música. 

Caso tenha gostado da entrevista com Yunk Vino e queira ficar por dentro de mais detalhes de 237 e de outros álbuns recentes, clique aqui para conferir a lista que fizemos detalhando todos os principais discos lançados em junho, no rap nacional.

Rima em Prosa é a coluna especializada em rap do Mais Minas. Nela, são publicadas notícias, matérias e entrevistas relacionadas à tudo de principal que tem ocorrido no rap nacional. Caso tenha gostado da entrevista com Yunk Vino, recomendados as nossas matérias com Duzz, Aka Rasta e Ecologyk.

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