Saiba quanto o Cruzeiro deixará de arrecadar caso fique na Série B

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O Cruzeiro caminha para ficar mais um ano na Série B do Campeonato Brasileiro. Com mais um empate, nessa quarta-feira, diante do Guarani em 1 a 1, fora de casa, a probabilidade da Raposa conseguir o acesso é quase nula, sendo a 15ª colocada, com 32 pontos, cinco a mais que o primeiro time da zona de rebaixamento, Londrina.

Faltando 10 rodadas para o fim do campeonato, o Cruzeiro já pode iniciar o seu planejamento para o ano que vem e, mais uma vez, contando com um orçamento menor que os clubes da Série A.

Saiba quanto o Cruzeiro deixará de arrecadar caso fique na Série B
Foto: Flickr / Guarani

Ficando na Série B, o Cruzeiro, primeiro, deixa de arrecadar dinheiro com premiação. Na elite do futebol, do 16º ao 1º lugar há a distribuição de uma quantia apenas por participar da competição. O valor mínimo é de R$ 11 milhões e o máximo é de R$ 33 milhões. As equipes rebaixadas não recebem premiações, assim como todos os clubes da Série B.

Contando com cotas de televisão, a receita celeste também é bem menor em comparação aos times da Série A. Porém, por ter optado pelos ganhos variáveis do pay-per-view (PPV), proporcionais à sua fatia de torcedores assinantes, o Cruzeiro fez R$ 17 milhões na Segundona deste ano, segundo o site O Lance. Se aderisse ao contrato coletivo centralizado pela CBF, a Raposa iria receber cerca de R$ 7,8 milhões (valor bruto).

A divisão do contrato dos valores de cota de transmissão da Série A é feita com 40% igual, 30% por posição e 30% por exposição. Com reajustes para 2020, a Globo distribuiu em torno de R$ 190 milhões por aparições na TV Aberta, e outros R$ 95 milhões na TV Fechada, de acordo com o UOL. Cada jogo na Globo vale em torno de R$ 1,1 milhão para cada time na TV Aberta, e em torno de R$ 700 mil no SporTV. Além disso, existe a arrecadação por pay per view, que, no ano passado, Atlético e Cruzeiro receberam R$ 18 milhões, referentes a 2019.

Portanto, o Cruzeiro, com cotas de televisão, arrecada R$ 17 milhões na Série B, mas, na elite do futebol brasileiro, esse valor poderia saltar para cerca de R$ 38,5 milhões, tendo como referência o rival Atlético, já que ambos têm, em média, o mesmo número de transmissões na televisão aberta e fechada quando os dois estão na mesma divisão do Campeonato Brasileiro.

Somando a premiação mínima da Série A com o valor dos direitos de transmissão, o Cruzeiro deixa de arrecadar, pelo menos, R$ 32,5 milhões, permanecendo na Série B do Campeonato Brasileiro.

Projeto 2022

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Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

O Cruzeiro, contando que fique na Série B pelo terceiro ano seguido, terá que se planejar para mais uma temporada com um orçamento reduzido. Além da queda de receita por participar da Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, a Raposa acumula mais de 200 processos com cobranças ao clube na Justiça, principalmente, a do Trabalho, de acordo com O Lance. E ainda, o último balanço divulgado pela Raposa, em abril, mostra que sua dívida atual é de R$ 897 milhões.

Portanto, o projeto para 2022 precisa ser mais assertivo esportivamente. O técnico Vanderlei Luxemburgo já deu sinal que ficará no Cruzeiro no próximo ano e, com isso, a Raposa já pode planejar quais jogadores deverão permanecer no elenco e quais são as possíveis contratações.

Em 2020, o Cruzeiro fez 23 contratações e terminou a Série B na 11ª posição. Neste ano, com 19 jogadores novos, o time celeste é o 15º. Além da campanha ruim nas duas temporadas, outra coincidência entre os dois anos é a quantidade excessiva de treinadores que passaram pelo comando da Toca da Raposa II — quatro no ano passado e três nesta temporada.

Os erros cometidos pela administração do Cruzeiro nessas duas temporadas de Série B já tiraram o torcedor cruzeirense do sério, porém, repeti-los novamente em 2022 seria algo ainda mais trágico, colocando o clube estrelado cada vez mais distante dos times da elite do futebol brasileiro e com um orçamento que só diminui ao longo dos anos.

A Raposa terá uma nova oportunidade de montar um bom projeto para subir para a Série A no ano que vem, em que terá, inclusive, a presença cada vez maior de seu torcedor no estádio (com o avanço da imunização contra a Covid-19), o que simboliza um aumento de receita e de incentivo esportivo. Em 2022, o acesso simboliza o verdadeiro recomeço para um “Novo Cruzeiro”.

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