Temporada de Concertos na Casa da Ópera em Ouro Preto recebe 3ª edição

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Dia 31 de agosto, sábado, acontece a 3ª edição do projeto Concertos na Casa da Ópera. Durante cinco meses, a cidade de Ouro Preto (MG) receberá artistas renomados da música erudita para únicas apresentações, uma por mês, todas com acesso livre e entrada franca.

Palco desta temporada, a Casa da Ópera de Ouro Preto é considerada o teatro mais antigo em atividade do Brasil, inaugurado em 1770. Adentrar seus aposentos, carregados de histórias, para apreciar música erudita é uma rica viagem ao tempo passado. Sem nenhuma intervenção de equipamentos eletrônicos, a vivência se intensifica de forma mais pura e completa, tornando-se uma experiência quase única nos dias atuais.

Na terceira edição do projeto recebemos o Quarteto Guingnard, composto por Joanna Bello (violino), Rodrigo Bustamante (violino), Gerry Varona (violino) e Camilla Ribeiro (violoncelo). O repertório inclui os quartetos de cordas do norte-americano Samuel Barber e do francês Maurice Ravel.

A temporada de Concertos na Casa da Ópera é uma realização do grupo UN Music e parceria com a Holofote Cultural a partir de recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais. Conta com o patrocínio da Oi e com apoio cultural da Prefeitura Municipal de Ouro Preto e da Casa de Ópera de Ouro Preto.

 

SOBRE AS OBRAS

Quarteto de cordas em Si menor, op. 11

Samuel Barber (1910 – 1981)

O Quarteto de cordas op. 11, foi escrito nos anos 1935-36 e ficou muito conhecido pelo seu movimento central – Adagio – cuja força e simplicidade inspira sentimentos de profunda tristeza e perda. Não por acaso, o movimento foi tocado nos funerais de Franklin Delanor Roosevelt e Albert Einstein, na transmissão americana quando John F. Kennedy foi assassinado e também por orquestras ao redor do mundo, na esteira das tragédias do 11 de setembro. Por sua vez, o compositor deu um caráter notavelmente rítmico aos movimentos inicial e final, utilizando o mesmo material temático em ambos. Nesse sentido, a obra é frequentemente vista como uma composição de dois movimentos com o transcendental e contemplativo Adagio saindo do centro do único movimento “externo” interrompido, cujo resultado é uma forma ternária simetricamente balanceada. Barber é um dos mais celebrados compositores norte-americanos do séc. XX. Muitas de suas obras permanecem solidamente no repertório da música de concerto atual. Sua linguagem musical é tonal, lírica, acessível e caracteristicamente pessoal. Com um dom e uma propensão para a música vocal que constitui cerca de dois terços de sua produção, a música de Barber canta e encanta plateias em todas as salas de concerto.

 

Quarteto de cordas em fá maior

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Ravel compôs seu Quarteto em fá maior entre dezembro de 1902 e abril de 1903. A obra foi dedicada a Gabriel Fauré, “mon chèr Maître” (‘meu querido Mestre’), o qual recebeu a obra com frieza e reprovação, aconselhando-o a reescrevê-la novamente. Felizmente, Claude Debussy, compositor que influenciou profundamente Ravel (entre outros tantos), alarmado com a possibilidade do jovem compositor, então com 27 anos, remexer no quarteto a fim de agradar ao mestre, foi incisivo: “Em nome dos deuses da música e do meu próprio, não mexa em nada do que você escreveu neste quarteto”. E com este importante gesto, Ravel decidiu preservar integralmente a sua primeira obra de grande fôlego. A estreia, em 1904, provocou opiniões controversas. Pierre Lalo, por exemplo, considerou-o “indecentemente próximo de Debussy do ponto de vista da harmonia, da sonoridade e da forma”, enquanto o crítico do jornal “Mercure de France” previa: “Uma sadia e sensível natureza de músico puro se desenvolve nesta obra, feita sobretudo de charme e graça audaciosa, uma arte espontânea onde a indefectível natureza do instinto assegura o alcance do pensamento. É preciso fixar o nome de Maurice Ravel. Ele será um dos mestres de amanhã”. Maurice Ravel foi um compositor e pianista francês, conhecido sobretudo pela sutileza das suas melodias instrumentais e orquestrais, entre elas, o Bolero, que considerava trivial e descreveu como “uma peça para orquestra sem música”. Foi influenciado significativamente por Claude Debussy, mas também por compositores anteriores, como Mozart, Liszt e Strauss, e logo encontrou seu próprio estilo, que está sempre associado ao Impressionismo.

 

SOBRE O QUARTETO

O QUARTETO GUIGNARD nasceu da grande afinidade e entusiasmo de seus integrantes pela prática da música de câmara. Com sólida formação musical e longa experiência profissional, seus integrantes se uniram com o propósito de manter uma frequente e regular temporada de concertos e tem se firmado no cenário musical brasileiro como um dos raros grupos estáveis do gênero. Comprometido em levar ao público um repertório eclético, que abrange obras de várias épocas e estilos, o Quarteto Guignard também se dedica à interpretação de peças escritas por compositores e compositoras do nosso tempo. Baseado em Belo Horizonte (Brasil), o Quarteto Guignard se apresenta regularmente nas salas de concerto mais tradicionais da cidade. O grupo também colaborou com um projeto pioneiro de interiorização cultural, levando a música de câmara a várias cidades e comunidades por todo o estado de Minas Gerais durante 7 anos. Em janeiro 2019, o grupo fez sua primeira turnê internacional se apresentando em Santiago do Chile, com o apoio do Itamaraty e também dentro da programação artística da 51ª edição do mais tradicional festival de música daquele país: as ‘Semanas Musicales de Frutillar’.

 

 SERVIÇO

Concertos na Casa da Ópera – junho a outubro/2019

3ª edição: 31 de agosto de 2019 (sábado)
Atração: Quarteto Guingnard
Horário: 20h30

Local: Casa da Ópera de Ouro Preto (R. Brg. Musqueira, 104, Ouro Preto – MG)
Entrada franca
Classificação livre

Programação completa:

  • 06/06 | Sylvia Klein & Wagner Sander
  • 26/07 | Lumia com Henrique Roscoe e Joana Boechat
  • 31/08 | Quarteto Guingnard
  • 28/09 | 3 Brasis com Chico Lobo, Márcio Malard e Paulo Sérgio Santos
  • 26/10 | Vitor Araujo

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