Com a terceira maior reserva de minério de ferro e a primeira de manganês do Brasil, Mato Grosso do Sul tem potencial para ampliar a exploração mineral neste ano. Prova da força do segmento é que três novas mineradoras estão se instalando no Estado. Duas delas, a 4B Minning e a 3A Mining estão em Corumbá e juntas vão produzir 4 milhões de toneladas de minério de ferro por ano e em plena capacidade devem atingir 8 milhões de toneladas de minério de ferro.
Além do grande potencial mineral, a cadeia produtiva aposta na melhoria da logística com a retomada do processo de licitação da ferrovia Malha Oeste, que liga Corumbá a Mairinque em São Paulo e ainda o retorno de parte das atividades da hidrovia do Rio Paraguai. Prova da força do segmento é que três novas mineradoras estão se instalado no Estado. As mineradoras que estão chegando são a MPP/4B Mining e a 3A Mining em Corumbá e Ladário (ferro e Manganês) no Morro do Rabicho e no Morro Tromba dos Macacos. O outro empreendimento é a mineradora São Francisco de basalto, que vai produzir pó de rocha no município de Inocência. Juntas irão gerar mais de 300 empregos diretos e mais renda aos municípios e ao Estado.
A informação foi repassada pelo secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). “Estamos em busca de novos investidores e conversando com as empresas, que já tenham pesquisas aprovadas ou com portarias de lavras. Além disso estamos acompanhando a questão da negociação da Vale e do player que venha a assumir o espaço que empresa ocupa hoje no Estado. Nosso objetivo é que este novo dono faça uma ampliação da produção de minério de ferro e manganês nos próximos anos”, acrescentou.
De acordo com o secretário, as novas empresas já estão estruturando suas operações. “A 4B Mining já está extraindo minério de ferro. Então são duas mineradoras de minério de ferro e outra na parte de britagens de basalto para a indústria de Construção Civil e Agricultura, que são os chamados remineralizadores, ou o chamado Pó de Rocha”, enfatizou.
O titular da Semagro ainda ressaltou a qualidade e a importância da Vale para a mineração do Estado e sua grande contribuição e modelo de empresa para a economia estadual, e disse esperar que o novo investidor também esteja a altura de uma empresa deste porte. “Com certeza o novo player virá para fazer novos investimentos em Mato Grosso do Sul e dar continuidade a esse importante produto, Mato Grosso do Sul é um estado minerador, também somos o sétimo estado em arrecadação de CFEM e que tem na sua base da economia a produção de minério de ferro, minério de manganês, fosfato, calcários, granitos, mármores e basaltos”, sinalizou o secretário.
Por fim, Jaime Verruck confirmou o cenário de melhoria da questão logística. “Com a sinalização da própria concessão da Malha Oeste e o regime de autorização ferroviária e a volta da navegabilidade do Rio Paraguai a perspectiva é que haja um incremento na produção e na exportação de minério de ferro e manganês, além do envio para o mercado interno”, destacou o secretário, exaltando a qualidade das nossas jazidas minerais.
Recursos para projetos
O grande desafio que o setor mineral enfrenta é o financiamento de projetos no Brasil, principalmente para as pequenas e médias mineradoras. O Estado de Mato Grosso do Sul, conta com o Fundo Constitucional do Centro Oeste- FCO, que pode financiar estas empresas, que estão com demandas da mineração. “Podemos através do FCO, liberar até 80%. Em geral os projetos apresentados ao Estado são em sua maioria de recursos próprios, fundos nacionais e bancos privados”, afirmou o secretário executivo da Cadeia Produtiva Mineral da Semagro, Eduardo Pereira.
Ele explicou que outros investimentos de minerais metálicos, buscam mecanismos que possam fazer o projeto minerário sair do papel e virar lavra mineraria, que são os de participação e captação em bolsa, além de investimento via fundos privados. “Outro modelo muito usado de financiamento são as vendas antecipadas de minério (streaming)”, afirmou Pereira, da Cadeia Produtiva Mineral da Semagro.
Conheça as novas empresas:
MMP/ 4 B Mining Ltda (Corumbá/ Ladario)
A 4B Mining Participações, é uma empresa de capital fechado fundada por executivos do setor minerário, que assumiram o controle do projeto de minério de ferro e manganês de alto teor em Corumbá e Ladário, com dois Títulos Minerários que totalizam 576,14 hectares, da MPP Mineração Ltda., para desenvolver a operação no Mato Grosso do Sul . A meta é embarcar para o mercado externo cerca de 30 mil toneladas de ferro, ainda neste mês.
A previsão de extração no primeiro ano é de 600.000 toneladas de minério de ferro com base na guia de utilização (GU) e licenças ambientais existentes para o ativo. A operação está focada em fornecer granulado de minério de ferro com alto teor (65% de ferro) e baixo nível de impurezas.
“A companhia espera aumentar a produção para 1,2 milhão de toneladas por ano no segundo ano de operação com a outorga de sua concessão de mineração de minério de ferro, podendo chegar a 2,1Mt/ano no terceiro ano”, declarou o diretor Patrick Panero.
De acordo com a 4B Mining, o desenvolvimento da operação de minério de ferro vai ocorrer simultaneamente a atividade de mapeamento e exploração de depósitos de manganês de alto teor, alta qualidade e baixo nível de impurezas, localizado no Morro do Rabicho em uma área que antes já foi explorada”.
Além disso, o grupo 4B Mining firmou um contrato de longo prazo com um dos maiores trades de commodities do mundo para a venda e compra de 100% do minério de ferro a ser produzido no projeto durante os primeiros cinco anos”, afirmou a empresa, referindo-se ao contrato fechado com a Glencore (Glencore Xstrata é uma empresa multinacional anglo-suíça de commodities de mineração, produtos agrícolas e energia, com sede internacional em Baar, na Suíça).
3A MINING (Corumbá/ Ladario)
A 3A mining tem quatro concessões de áreas de minério de ferro requeridas na Agencia Nacional de Mineração- ANM, no município de Corumbá-MS, totalizando 1.500 hectares de áreas, sendo um na região do Morro Tromba dos Macacos (868.021/2019), que já está tem o Licenciamento Ambiental. Está em fase de implantação da obra e instalação dos equipamentos minerários, com investimentos preliminares de R$ 30 milhões nesta primeira etapa. A geração é de 150 empregos diretos. O minério de ferro extraído pela mina é de excelente qualidade e baixos contaminantes disse os Geólogo Alexandre Scheid e Carlos G. Ferline. A empresa espera no próximo ano concluir todas as pesquisas minerais destes requerimentos minerários, os investimentos totais não foram informados.
J. C. DE OLIVEIRA EIRELLI (MINERAÇÃO SÃO FRANCISCO) (Inocência)
A Mineração São Francisco é uma empresa familiar fundada em 2019, no município de Inocência MS. A empresa vai extrair e beneficiar rochas basálticas para uso na Agricultura como Remineralizadores (Pó de Rocha) e para a construção civil e construção de estradas.
Segundo Jairo Clemente, produtor rural e proprietário da Empresa, existe na área um afloramento da formação Serra Geral- basalto, de ótima qualidade que serve até como rocha ornamental, mais o seu foco está voltado para a produção de remineralizadores para uso na agricultura, e para atender também a região com brita para a construção civil .
A falta de fertilizantes e o alto custo destas matérias primas, torna os remineralizadores um grande atrativo de investimento. Para produzir 700 mil toneladas /ano de pó de rocha e brita, a mineração São Francisco vai gerar 55 empregos diretos. O proprietário Jairo Clemente destacou que a empresa tem outros requerimentos minerários de rochas basáltica em São Paulo e Mato Grosso.
Fonte: Governo do Estado do Mato Grosso do Sul