Vereador de Ouro Preto é condenado em segunda instância por receptação de pneus

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O vereador de Ouro Preto, Wander Albuquerque (PDT), foi condenado, em segunda instância, a quatro anos de prisão por, em 2003, adquirir cerca de 287 pneus roubados. O caso foi julgado no segundo semestre de 2019 e o político recorreu, mas acabou perdendo na Justiça. Ele pode recorrer em terceira instância e o caso ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

De acordo com o documento, Wander teria recebido de Washignton Luiz e Edil Marques pneus que foram roubados no estado do Rio de Janeiro nos dias 12 e 21 de novembro de 2003, dos estabelecimentos Transbrasiliana e Translute. A transação dos pneus teria a interseção de Lindolfo, amigo do vereador, que e encarregou e realizou o transporte desta carga roubada de depósitos existentes na cidade de Três Rios até a esta cidade de Conselheiro Lafaiete, usando três carretas dirigidas por seus empregados.

Ainda segundo o documento do Tribunal de Justiça de Minas, em Conselheiro Lafaiete, Lindolfo teria recebido tais pneus em um depósito, sendo que 76 ficaram lá, e Joaz Alexsandro e Elsso José, também sabendo da procedência ilícita, teriam adquirido e receberam 10 e 50, respectivamente, sendo responsáveis pela venda dos pneus aos destinatários.

Pai e irmão de Wander, Valdir e Walter, são suspeitos de participarem do crime negociando e vendendo os pneus roubados em Conselheiro Lafaiete e em cidades vizinhas. Todos os denunciados agiam em escala e de forma organizada, exercendo a atividade comercial, mesmo que alguns deles de forma irregular ou clandestina, de acordo com o documento.

E ainda, no decorrer das investigações, mediante à ameaça de morte dos fornecedores cariocas, Wander e Lindolfo coagiram as testemunhas Carlos Pereira Santos, Antônio Carlos Vilas e Arnaldo Euzébio da Mata Filho, motoristas do amigo do vereador, responsáveis pelo transporte dos pneus da cidade de Três Rios para Conselheiro Lafaiete, a mentirem quanto à quantidade de pneus e os locais exatos onde as carretas foram carregadas em terras cariocas.

Vereador de Ouro Preto é condenado em segunda instância por receptação de pneus

Em contato com a redação do Mais Minas, Wander Albuquerque alega ser inocente e que irá recorrer a terceira instância. “Fui pego de surpresa com essa condenação, até porque, se você pegar o depoimento do responsável no Rio de Janeiro, ele nos inocenta, o próprio policial que fez toda a investigação também nos inocenta. Uma atividade da nossa família que, se meu pai estivesse vivo, ele estaria completando 70 anos no ramo. Então, consciência e acreditando na Justiça que nós vamos reverter isso. Tivemos a infelicidade de não ter a defesa sustentada no dia do julgamento, mas está tranquilo. A gente acredita que vamos reverter esse quadro aí. Não concordamos jamais com a penalidade não”, disse o vereador.

E ainda, em nota, Wander também se defendeu dizendo que esxistem muitas etapas ainda do processo. “O vereador Wander Albuquerque esclarece que as informações veiculadas por seus adversários políticos dizem respeito ao longínquo ano de 2003. Além disso, as afirmações, de cunho político são referentes ao julgamento de apenas um recurso, ainda no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, sendo certo que ainda existem muitas etapas para a análise dos fatos, sobretudo nos tribunais superiores. Não houve, portanto, o trânsito em julgado. Com reputação ilibada e sem qualquer tipo de mácula judicial, o vereador mantém sua crença no Poder Judiciário, com a convicção na reforma da decisão e consequente absolvição dos fatos que lhe são imputados”, diz a nota.

Com a condenação, Wander Albuquerque passa a estar inelegível pela Lei de Ficha Limpa. O vereador foi presidente da Câmara de Ouro Preto em 2019 e encerra seu mandato neste ano.

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