Chiwetel Ejiofor nos apresenta a história do jovem William Kamkwamba, que cresceu na pobreza no Malawi, país da África Oriental, enfrentou a fome e construiu um moinho de vento com inteligência e engenhosidade que mexe com a sensibilidade do telespectador. “O Menino que Descobriu o Vento” conta a história real de William Kamkwamba, que inventou um uma turbina impulsionada pelo vento e que salvou sua aldeia da fome.
A história mudou tanto Ejiofor que ele decidiu transformá-la em um filme, marcando sua estreia como diretor.
William, personagem interpretado por Maxwell Simba, de 14 anos, cresce em uma pequena aldeia no Malawi.
Seu pai Trywell (Chiwetel Ejiofor) é um agricultor que está ansioso para salvar sua família de escorregar abaixo do nível de subsistência.
Mas o dinheiro é escasso e as fortes chuvas destruíram a colheita.
A filha Annie (Lily Banda) espera poder ir para a universidade.
William também sonha com uma vida melhor, mas como seu pai não tem mais como pagar as mensalidades da escola, ele tem que deixá-la.
Um dos professores, no entanto, permite que ele ainda frequente a biblioteca e assim possa adquirir conhecimento através dos livros.
Com sucesso: de peças de sucata à posse mais valiosa de seu pai, uma bicicleta, ele consegue construir um moinho de vento, que gera eletricidade para toda a aldeia.
Nascido em Londres e filho de imigrantes nigerianos, Chiwetel Ejiofor conta a história de “O menino que descobriu o vento” em uma história purista africana em que não aparece um único homem branco – dos protagonistas aos políticos corruptos que não estão nem um pouco preocupados com as necessidades da população rural.
A vida na aldeia sem eletricidade, dominada pela agricultura de subsistência, que sempre corre o risco devido as oscilações das condições meteorológicas – às vezes pelo excesso de chuvas, por vezes, da falta de chuva.
A única saída é a educação.
Os alunos muitas vezes levam horas caminhando até a escola mais próxima em uma cidade remota.
A aldeia parece ter mudado pouco ao longo das décadas.
O tempo parece ter ficado parado ali.
Mas Ejiofor não transfigura essa existência tradicional, mas a mostra de maneira bastante sóbria, com todas as suas vantagens e desvantagens.
Isso acontece com uma casualidade de atuação ocasionalmente quase inacessível, que, no entanto, se encaixa muito bem com essa história.
A maneira mais óbvia e mais fácil teria sido dramatizar ainda mais as dificuldades da família, e especialmente sua fome, para finalmente estilizar a salvação da ingenuidade de William em um momento empolgante e heróico.
Às vezes, os violinos choramingam na trilha sonora, enquanto a luz brilha cheia de beleza sublime, mas em geral Ejiofor evita o sentimentalismo.
O destino de Williams e sua ingenuidade falam por si mesmos, ao invés de pelos meios cinematográficos exaltados serem simplesmente mantidos.
Tão grandioso quanto “Diamante de Sangue”, que mostra a extração de diamantes em zonas de guerra africanos e “Lágrimas do Sol”, que mostra a guerra civil na Nigéria.
O filme está disponível na Netflix.
Assista o trailer: