A pausa para a Copa chegou trazendo muita expectativa para a torcida cruzeirense. A promessa era descansar os atletas, muito desgastados com o intenso ritmo de jogos, recuperar os lesionados e mudar algumas peças do time, com contratações e inevitáveis perdas. Esses objetivos até foram cumpridos, só que em escalas diferentes.
O time pareceu ter se recuperado bem e, segundo os próprios atletas, está “nos cascos” para o forte ritmo que o restante da temporada exigirá. A pausa também foi importante na recuperação dos lesionados. Atletas como David e Rafinha já estão aptos a atuar normalmente e o centroavante Fred já se aproxima de sua volta. Por outro lado, Sassá se lesionou com certa gravidade e Raniel e Mancuello voltaram a sentir problemas físicos.
Já nas contratações, o Cruzeiro foi menos atuante que se esperava. Mas o saldo foi positivo. Cotado para sair, Arrascaeta ainda não recebeu proposta e a chance de ficar no clube até o fim da temporada é cada vez maior. Apesar de necessitar urgentemente de dinheiro, a presença do camisa 10 aumenta em muito a chance de conquistas, que também rendem bons valores. Outra boa notícia foi a renovação de Lucas Silva por mais um ano. Resta saber se no meio da próxima temporada terá outro “Deus nos acuda” como o desse ano na hora de decidir o futuro do atleta. A chegada de Barcos também é muito positiva, pois os problemas físicos dos três centroavantes do elenco poderiam causar problema semelhante ao do ano passado. E vindo a custo zero, o Cruzeiro ganha um jogador de nível superior ao atual de Sassá e Raniel, na minha opinião, e sem precisar mexer no bolso. De perdas consideráveis, apenas do promissor Vitinho, vendido por 10 milhões de reais ao futebol belga.
Observando o contexto geral da equipe, o patamar do time não muda muito em relação ao que era até antes da Copa. A chegada de Barcos supre a ausência de Sassá e o tão falado velocista não chegou. Mas David por outro lado parece cada dia mais pronto para jogar e pode ocupar esse espaço, destinado a ele desde o momento de sua contratação. O time base deve continuar praticamente o mesmo: Fábio, Edilson, Dedé, Léo e Egídio; Henrique e Lucas Silva; Rafinha (David), Thiago Neves, Arrascaeta e Raniel (Barcos). Com essa mudança tão pouco significativa no status do time, as chances de título do Cruzeiro na temporada passam a depender pouco do que foi feito no período de Copa e passa mais pela postura adotada por Mano Menezes na hora de armar o time e da resposta dos principais atletas da equipe.
O Cruzeiro já mostrou não saber jogar defensivamente, sendo uma equipe que rende mais quando dita o ritmo do jogo, então basta a Mano enxergar isso e instruir o time a jogar da forma que se sente mais à vontade. O futuro da equipe depende também de como jogarão alguns dos principais nomes da equipe. Thiago Neves, que vive má fase, costuma crescer em jogos grandes e a equipe depende muito de seu rendimento para jogar bem. Outro jogador que pode ser decisivo para as ambições celestes é De Arrascaeta, que após fazer uma má Copa do Mundo, precisa manter um bom ritmo se quiser continuar pleiteando uma transferência para o futebol europeu. Um eventual encaixe de Barcos na equipe seria primordial, principalmente com a dificuldade do Cruzeiro em marcar gols.
O Cruzeiro volta a entrar em campo na segunda-feira contra o Atlético Paranaense pelas oitavas de final da Copa do Brasil, podendo jogar pelo empate, em casa. Mas a torcida sabe que a melhor chance do time é se jogar para vencer.
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