Em 2010, a FIFA definiu o Catar como país-sede da Copa do Mundo de 2022. Desde então, a entidade vem sendo muito criticada pela escolha, por conta de todos os problemas relacionados a direitos humanos do país. Paralelo a isso, a equipe nacional iniciou uma extensa preparação visando o debute em mundiais.
O Catar é localizado na península ibérica da Ásia, e possui uma população que não supera 3 milhões de habitantes. Apesar disso, o país é extremamente rico, devido à extração de petróleo. Tanto capital permitiu que fossem construídos estádios extremamente luxuosos para a Copa do Mundo, com direito a climatizadores e coberturas.
Críticas mundiais
Mesmo com todo o glamour, o Catar está longe de ser unanimidade no mundo do futebol. O país mantém práticas consideradas descabidas nos dias atuais, como criminalização de relacionamentos homossexuais. Na última terça-feira (07), O ex-jogador da seleção do Catar e embaixador da Copa do Mundo, Khalid Salman, em entrevista ao canal alemão ZDF, disse que a homossexualidade é um “dano mental”, e que os turistas precisam se adaptar aos costumes do local. O consumo de bebidas alcoólicas no país também é extremamente restrito.
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Outro ponto mencionado pelos críticos ao Catar gira em torno das denúncias das péssimas condições de trabalho dos funcionários nas obras para a Copa do Mundo, sendo a maioria formada por imigrantes. Em 2021, o jornal britânico inglês The Guardian relatou que cerca de 6.500 trabalhadores envolvidos nas construções para o evento haviam falecido.
A situação rendeu protestos de diversas entidades pelo mundo, além de craques do futebol europeu, como o norueguês Erling Haaland e o alemão Toni Kroos. O camisa 8 do Real Madrid definiu a escolha do país-sede como “um erro”.
Vale lembrar que o Catar vive uma monarquia absolutista e constitucional, sendo considerado um emirado, território administrado pelo membro da classe dominante, o emir.
Já a Dinamarca, uma das 32 seleções que irão disputar a Copa do Mundo, prepara um protesto marcante para o torneio, relacionado aos uniformes que os atletas irão entrar em campo.
Diferentemente de outras edições, em que o público abraçou a equipe anfitriã, como a África do Sul, em 2010, os donos da casa não terão esse apoio. Pelo contrário, muitos acompanhantes do evento irão torcer contra o time, por todas as questões políticas e humanitárias postas em cheque.
O objetivo da Seleção do Catar é surpreender
Dentro das quatro linhas, o Catar não possui nomes conhecidos do público geral. Desde que foi definida a escolha do país, a Seleção Catari iniciou um projeto de desenvolvimento do futebol na nação, que contou com a participação de inúmeros profissionais estrangeiros, principalmente espanhóis. Até por isso, o treinador da equipe é Félix Sánchez, nascido em Barcelona, na Espanha.
Aos 46 anos, o profissional iniciou sua carreira nas categorias de base do Barça, até rumar, em 2013, ao projeto esportivo do Catar. Por lá, treinou algumas categorias juvenis da seleção. No ano de 2017, Sánchez assumiu o time principal. A equipe anfitriã atua de forma reativa, esperando o adversário tomar as iniciativas do jogo, em um esquema de 5-3-2. A grande referência técnica é o meia-esquerda Akram Afif, que defende o Al-Sadd-CAT, que reúne habilidade e potência ofensiva.
Apesar de jogar em casa, o Catar é tido como um azarão no Grupo A, que conta com os fortes times de Holanda, Senegal e Equador.
- Time base (5-3-2): Meshaal Barsham (Al-Sadd-CAT); Bassam Al-Rawi (Al-Duhail-CAT), Pedro Miguel (Al-Sadd-CAT), Boualem Khoukhi (Al-Sadd-CAT), Abdelkarim Hassan (Al-Sadd-CAT) e Homam Ahmed (Al-Gharafa-CAT); Karim Boudiaf (Al Duhail-CAT), Al Haydos (Al-Sadd-CAT) e Abdelaziz Hatem (Al-Rayan-CAT); Almoez Ali (Al Duhail-CAT) e Akram Afif (Al-Sadd-CAT).
- Técnico: Félix Sánchez
- Capitão: Al Heidos
- Destaque: Akram Afif
- Jogos: Equador (20/11), Senegal (25/11) e Holanda (29/11)
- Prognóstico: Eliminação na primeira fase
- Melhores participações: Nunca disputou
- Ídolos históricos: Mansour Muftah, Moubarak Mustafá e Al Heidos
- Maior goleador: Mansour Muftah (42 gols)
- Jogador que mais vezes atuou: Al Haydos (169 jogos)