Estação de Engenheiro Corrêa

Comitê solicita que órgãos se manifestem sobre estabilidade de barragens na bacia

Rodolpho Bohrer

Preocupado com a segurança hídrica da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) solicitou formalmente à Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e à Agência Nacional de Mineração que se manifestem sobre a estabilidade das barragens de rejeito de mineração que se encontram na bacia, em especial na região do Alto Rio das Velhas, de onde sai a água que abastece 60% da Grande BH.

Segundo a base de dados disponibilizada pela FEAM, existem 82 barragens de rejeitos localizadas no Alto Rio das Velhas e que foram auditadas e vistoriadas.

Apesar disso, sete delas são classificadas como de “estabilidade não garantida pelo auditor” – sendo quatro da Minérios Nacional em Rio Acima – ou “Auditor não conclui sobre a situação de estabilidade, por falta de dados ou documentos técnicos” – uma da Mundo Mineração, em Rio Acima, e duas da Minar Mineração, em Itabirito.

Todas estão localizadas à montante da captação de Bela Fama, da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).

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Da mesma forma, os dados disponibilizados pelo Plano Nacional de Segurança de Barragens indicam 36 barragens localizadas no Alto Rio das Velhas em que o potencial de risco é considerado alto, ou seja, um eventual rompimento pode gerar consequências ambientais, econômicas e perda de vidas humanas. “A preocupação é muito grande com algumas barragens.

Diferentemente do Paraopeba, que tem captação de água em represas e reservatórios, no Velhas isso se dá por meio de fio d’água (direto do rio).

Caso aconteça algo semelhante com o que ocorreu em Brumadinho, o abastecimento de toda a RMBH seria gravemente impactado”, afirmou o presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano.

O Comitê acredita ser imprescindível que seja apresentado a situação do licenciamento ambiental (quando houver), categoria de risco, dano potencial associado, classificação de risco/dano, atestado de estabilidade, plano de emergência de barragem e área de autossalvamento, coordenadas de onde estão localizadas as barragens, que se esclareça se as barragens estão localizadas próximas a reservatório de abastecimento público e que se defina metodologias de alteamento de construção das barragens. Barragem da Mundo Mineração, em Rio Acima (à esquerda).

Barragem do Complexo Fernandinho (à direita).

Crédito: Léo Boi

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Diretor geral, graduando de jornalismo e redator de cidades e política.