Com o passar das semanas gestacionais, muitas dúvidas e necessidades podem surgir. Preparar o corpo para a amamentação é uma delas. A lactação é uma situação completamente natural, inerente ao ser humano, entretanto, existem algumas maneiras de tornar esse momento único mais confortável para a futura mamãe.
Logo nos primeiros meses da gravidez as mulheres já começam a perceber mudanças no corpo. Embora a barriga grande não apareça de início, os seios maiores, a alteração na cor e na auréola, o inchaço na região do quadril, e até mesmo mudança no formato da região pélvica, são sinais de que um bebê está por vir. Mas, atenção: é importante sempre consultar um médico para solicitar o exame de gravidez.
Aleitamento materno
A natureza é tão perfeita que o corpo da mulher grávida começa a produzir leite, antes do parto ocorrer. A partir da vigésima semana os órgãos já começam a trabalhar para gerar o único alimento que o recém-nascido deve consumir por pelo menos seis meses.
A produção do leite materno é mais intensa a partir do segundo trimestre da gestação.
Embora o leite já esteja pronto, ele começa a descer somente após o nascimento do bebê, em média quatro horas depois do parto. Uma maior quantidade é produzida dentro de 24h e mais ainda em 48h, necessitando até mesmo que algumas mulheres dispensem o excesso do leite para carregar demais as mamas. Nesse caso a dica é doar para bancos de leite, acredite, o leite materno salva vidas!
Quatro dicas para preparar o corpo para a lactação
Durante a gravidez existem muitas responsabilidades que os pais já começam a concluir, entretanto, a gestante, que é quem está carregando a criança a passando por modificações em seu próprio corpo, necessita de receber e se dar maior atenção.
O corpo fala, é preciso estar atento aos seus sinais. A tendência é de que nos primeiros dias de amamentação, principalmente as mães “marinheiras de primeira viagem”, fiquem um pouco desorientadas na questão de alimentar o bebê.
É preciso ter paciência e já começar a preparar o corpo antes mesmo do pequeno chegar ao mundo.
Caminhada
Caminhar ajuda a gestante a não ficar muito sedentária, condição que poderia fazer ela sentir muitas dores nas costas durante a amamentação. Contudo se houver alguma intervenção médica em relação à passeata, é melhor segui-la.
Compre sutiãs adequados
O sutiã para a amamentação deve ser o mais confortável o possível, ainda que a vontade da puérpera seja de retornar o corpo ao normal, o conforto deve estar acima de tudo.
Os sutiãs com bojo devem ser evitados, pois eles promovem um certo asfaltamento entre a mão do bebê e a outra mama na hora da amamentação. O tecido ideal para este momento é o produzido com 100% de algodão.
Tomar Sol nas mamas durante a gravidez
Há muitos relatos de mães que tiveram os bicos dos seios machucados durante os três primeiros dias de amamentação. Isso acontece devido a diversos fatores como: forte sucção do bebê, disfunções orais do bebê (língua presa); posicionamento incorreto; ruptura brusca no momento em que o bebê está amamentando e sucção não nutritiva (quando o bebê faz o bico do peito de chupeta).
Por isso é importante manter os bicos dos seios fortalecidos. Tomar consecutivos banhos de Sol na região da mama ajuda, além do mais, ajuda na absorção da vitamina D.
Treine a posição
Amamentar é um trabalho árduo, principalmente nos primeiros meses que são de demanda livre em que o neném mama quando e o quanto desejar. Não existe fórmula mágica ou algo que substitua esse momento entre mãe e filho.
As gestantes precisam refletir sobre o que está além de alimentar o filho, que é a criação e fortalecimento de um vínculo para a vida toda. Sem contar que é um momento que não irá se repetir. Pensar na vida como estações ajuda a mãe a ter paciência, tendo a certeza de que em breve o período de amamentação irá terminar.
Treinar as variadas posições já durante a gravidez é muito bom para futura lactante ter uma noção maior de como serão as frequentes mamadas. O bebê pode ser alimentado com a mãe sentada, deitada ou em pé.
Postura
Manter a postura é muito importante em todos os momentos.
A Dr. Sarah Mickler, especialista em fisioterapia do assoalho pélvico, do West End Mamas em Toronto, alerta:
“Sua postura pode influenciar muito na atividade de seu assoalho pélvico. À medida que mais e mais de nós estamos passando mais tempo sentados em nossos trabalhos do dia a dia, é importante saber que sentar-se mais ereto pode fazer a diferença para os músculos do assoalho pélvico.
É muito importante para nossas futuras mamães e novas mamães. Pois a postura pode ser comprometida ao levantar e alimentar o bebê. Portanto, vamos estar mais atentos e proteger nosso assoalho pélvico”, disse.
A importância do trabalho das doulas
As doulas, que no Brasil também são chamadas de parteiras, possuem conhecimentos de uma época em que a obstetrícia ainda não era tão avançada. Os bebês vinham ao mundo através desses trabalhos sem muitos aparatos médicos. Atualmente é preciso realizar curso para exercer a função.
Elas auxiliam com conselhos, suporte emocional, encorajamento, ensinamentos e alívio das dores do parto. Podendo iniciar seus trabalhos durante a gestação e termina quando o bebê deixar de ser recém-nascido (aos três meses).
A doula no Brasil é muito disputada, diferentemente da doula em Toronto, no Canadá, onde o parto humanizado já é uma realidade. Inclusive ele pode acontecer na própria casa da gestante se assim ela quiser, com um valor bem abaixo do cobrado no Brasil (seguindo a moeda de cada país para comparação).
Embora o termo doula tenha origem grega, não existem estudos que comprovem que esse tipo de serviço tenha surgido por lá. O primeiro registro do nome associado ao trabalho de mulheres que ajudam outras mulheres durante a gestação, parto e pós-parto ocorreu em 1977, nas Filipinas, em seguida em 1979, na Califórnia.
A profissão é uma ocupação válida no Brasil, através do pelo Ministério Público do Trabalho através do código 3221-35, desde 2013. Já na capital, Brasília, foi recentemente regulamentada, através da portaria nº 868, mas antes disso, a Lei 7314, de 15 de junho de 2016 garante o direito de todas as mulheres, seja em hospitais públicos ou privados, de serem acompanhadas por uma doula durante o trabalho de parto.
Entretanto, ainda falta muito para que as gestantes possam de fato usufruir dos trabalhos das doulas, pois o Sistema Único de Saúde (SUS) não oferece esse tipo de assistência gratuita para as mulheres. Na rede particular ainda há pouca mão de obra qualificada, por isso os trabalhos podem não ter preços muito acessíveis.