Aumenta para três o número de mortes causadas pela febre maculosa desde o início da doença em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. São 33 casos notificados, entre confirmados e suspeitos.
Casos e dados da febre maculosa
São quatro óbitos, mas um ainda segue em análise. As quatro pessoas que morreram em Contagem eram da mesma família.
Betim, na Grande BH, também tem dois casos suspeitos. De acordo com o balanço feito pela Secretaria Municipal de Saúde de BH na última quarta-feira, 31 casos estão em investigação. Em Minas Gerais, até o momento, cinco pessoas já morreram devido a doença.
Segundo a Secretaria de Saúde de Contagem, Otacílio Muniz Santana, de 82 anos, teve a morte confirmada pela doença transmitida pelo carrapato-estrela. No bairro Vila Boa Vista, local onde o idoso morava, há um surto da doença e o local está isolado.
O senhor era irmão e tio de outros dois que também morreram de febre maculosa: José Muniz Santana (69) e Caio Henrique Santana (19). Os casos vieram à tona no último fim de semana.
São três mortes somente em Contagem, com o maior número (Conheça a história por trás do surto de febre maculosa em Contagem). Seguido de Raul Soares e Faria Lemos, ambos na Zona da Mata, onde um óbito foi registrado em cada município. Sete casos da doença já foram confirmados em Minas Gerais. Veja a tabela:
Município | Casos | Óbitos | Letalidade |
Faria Lemos | 2 | 1 | 50,00% |
Contagem | 3 | 3 | 100,00% |
Raul Soares | 1 | 1 | 100,00% |
Governador Valadares | 1 | 0 | 0,00% |
Total | 7 | 5 | 71,43% |
Na manhã desta quinta-feira, em boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde de Contagem, o último caso foi notificado ontem. Trata-se de um paciente do Bairro Eldorado que procurou atendimento médico alegando ter tido contato com o carrapato-estrela em Betim. A secretaria informou que “Essa é a primeira notificação em Contagem fora da área quente de atuação, onde 128 pessoas entraram em um terreno para fazer o cercamento”.
Ações em Contagem
A área atingida, onde a família morava, é um loteamento no bairro Nacional, que fica cerca de 2,5 quilômetros da Pampulha, em BH. As vítimas tiveram contato com o carrapato na mata que fica nos fundos de um terreno de aproximadamente 120 mil metros quadrados, repartido entre dez irmãos. No fundo do local, passa os córregos Água Funda e Gangorra, foco de aglomeração de capiravaras de cavalos, animais hospedeiros do carrapato-estrela.
Na segunda (03), uma unidade de saúde foi aberta no bairro Nacional para atender as 128 pessoas que foram picadas por carrapatos.
Funcionários pulverizaram carrapaticida na região, cavalos sem dono foram recolhidos para receberem banhos de carrapaticida. A ação é para prevenir o aparecimento de novos casos.
Na terça-feira (04), máquinas foram encaminhadas ao terreno onde estão os focos de carrapatos. O local está sendo arado pela prefeitura e o solo está recebendo cal, para matar o parasita. 20 homens trabalham na área. Segundo a prefeitura, o cal equilibra a acidez do solo e ajuda a eliminar os carrapatos, segundo informações da prefeitura.
As capivaras estão sendo monitoradas por um drone e o município deve capturá-las, realizar vermifugação e colocar chips nos animais.