Devido à pandemia do Coronavírus, empresários dos setores de comércio e serviços da capital mineira avaliam que os próximos meses serão de queda nas vendas. Levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) com 413 empresários, realizado de 19 a 20/03, apontou que 99% dos entrevistados serão impactados. De acordo com 63,4%, o prejuízo nas vendas para os próximos meses será muito alto e para 16,9%, o impacto será alto. Os que consideram que o prejuízo nas vendas será baixo totaliza 8,0% dos comerciantes. Em seguida aparecem: prejuízo moderado (6,5%); baixo (4,4%); não sabe avaliar (0,5%) e 0,2% acredita que não terá prejuízo. “O percentual médio de prejuízo nas vendas pode chegar a 65% segundo o levantamento”, disse o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Os empresários entrevistados relataram que em média vendem em dias normais um montante de R$ 6.950,62. Em consequência da pandemia do Coronavírus, eles relataram que estão perdendo um montante de R$ 4.585,59 em vendas/dia.
Por ramo de atividade, o setor de bares e/ou restaurantes relatou o maior percentual médio de perda nas vendas: 81,6%. Em seguida aparecem: vestuário e/ou calçados (76,5%); papelaria e livrarias (63,8%); eletrodomésticos e móveis (60,9%); produtos alimentícios e supermercados (55,3%) e material de construção, elétrico, tinta e vidraçaria (54,2%).
Queda na receita – Segundo estimativa da CDL/BH o faturamento dos setores de comércio e serviços para o mês de março chegaria a R$ 4,6 bilhões. Com o Covid-19, a entidade estima uma queda na receita de R$ 2,09 bilhões, ou seja, um faturamento para o mês de março de R$ 2,51 bilhões dado ao novo cenário. “A queda não será maior, pois tivemos duas semanas de vendas normais no mês de março. Além disso, os supermercados e drogarias não apresentaram uma grande perda”, disse o presidente da CDL/BH. “Para reduzir os efeitos econômicos da pandemia, estamos trabalhando junto às esferas governamentais, solicitando a concessão de prazos maiores para pagamento de tributos”, acrescentou.
Preocupações – As principais preocupações relatadas pelos empresários são: queda no volume de vendas (79,4% dos entrevistados); redução no faturamento da empresa (68,8%); redução do fluxo de clientes (67,3%); falta de funcionário (24,7%); aumento no preço dos fornecedores (22,8%); redução do insumo necessário para a atividade (11,6%); redução do estoque (10,2%) e perda de mercadoria (7,3%).
Para prevenir a propagação do Coronavírus, os empresários estão adotando as seguintes medidas: disponibilização de álcool gel (77,2%); home office (26,2%); redução da jornada de trabalho (22,5%); restringir o número simultâneo de clientes no estabelecimento (22,0%); flexibilidade da jornada de trabalho (16,0%) e férias coletivas (10,2%).
Cenário – Na opinião do presidente da CDL/BH, a tendência de agora em diante, e pelos próximos seis meses, é de uma retração em todos os segmentos; exceto saúde. “Algumas medidas podem ser tomadas pelos empresários. Precisamos cuidar das pessoas e das empresas e nos prepararmos para o segundo semestre, quando tudo indica que a pandemia do Coronavírus poderá estar controlada”, disse. “Os empresários também precisam desenhar um plano de ação para o pós-crise”, completou.
Para este momento, as principais dicas da CDL/BH para os empresários são: projetar receitas e despesas para os próximos meses; reduzir custos; antecipar férias dos funcionários; abrir canais de vendas online; manter contato com o cliente; buscar capacitação; fazer comunicação digital com uma força tarefa com os colaboradores; conquistar e manter a confiança do cliente; aproximar dos colaboradores pois eles podem ter ideias inovadoras; inovar rapidamente em torno de novas necessidades e hábitos de consumo; negociar com os fornecedores.