Diretor-presidente da Fundação Renova anuncia saída do cargo

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O diretor-presidente da Fundação Renova, Roberto Waack, anunciou sua saída do cargo nesta quarta-feira (20). Ele ocupou o cargo durante um pouco mais de três anos e irá permanecer até dezembro deste ano. A partir do ano que vem quem assume é André de Freitas, atual diretor Socioeconômico e Ambiental.

Roberto Waack estava à frente da entidade desde sua origem. De acordo com a Fundação Renova, é um fechamento de um ciclo de trabalho. “Os pouco mais de três anos em que ocupei a presidência aprofundaram algumas convicções que tenho desde o momento em que aceitei o desafio de liderar esse processo”, disse Waack em carta aberta.

Após quatro anos do rompimento da barragem de Fundão, segundo a Fundação Renova, 319 mil moradores receberam indenizações ou auxílio financeiro. Entretanto, o número de atingidos direta ou indiretamente pela tragédia não é preciso.

Mesmo com três anos de Roberto Waack à frente da organização reparatória, as novas casas destinadas aos moradores de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira, distritos de Mariana que foram destruídos pela lama, não estão perto de serem entregues.

Como justificativa, Waack diz que um dos motivos da demora em resolver a situação das vítimas está na falta de diálogo com entidades representantes dos atingidos. Apesar disso, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) alega que sempre esteve a disposição para conversar com a Fundação Renova, mas que ela mesma se mostra ausente nos debates.

Quatro anos do rompimento da barragem de Fundão

O dia cinco de novembro de 2015 foi marcado por aquela que se tornou a maior catástrofe ambiental da história do Brasil: o rompimento de uma das barragens da Samarco, em Mariana-MG. A estrutura, nomeada como barragem do Fundão, atingiu subdistritos da cidade de Mariana e deixou um rastro de morte e destruição pela gigantesca extensão que percorreu. E até hoje, quatro anos depois, resquícios da lama e dos resíduos tóxicos seguem afetando negativamente a vida de milhares de pessoas que foram atingidas direta ou indiretamente pela tragédia.

O rompimento da barragem de Fundão é considerado o desastre industrial que causou o maior impacto ambiental da história do Brasil, e também, o maior do mundo envolvendo barragens de rejeitos. Foram despejados 62 milhões de metros cúbicos que chegaram a atingir o Rio Doce, cuja a bacia hidrográfica abrange 230 cidades dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

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