Como sempre acontece em todos os meses de Fevereiro, mais uma vez começa o ano letivo nas escolas de ensino fundamental e médio. Como nossa região dos Inconfidentes não fica fora do Brasil, por aqui também começa tudo de novo. Alunos e alunas com preguiça, professores e professoras reclamando de alunos mal preparados ou mal educados, sempre mais do mesmo.
Como as coincidências de sempre são relevantes, neste momento, o que merece destaque é o início do fim do ensino noturno na rede estadual de ensino. Isto sim é algo que merece nossa atenção, pois fechamentos de turma, a meu ver, é coisa séria. Muito séria!
Com base no argumento tecnicista de “falta de demanda”, a Secretaria de Educação de nosso estado juntamente com suas superintendências encerrou o 1° ano regular da noite de grande parte das escolas estaduais, ou seja, se o sujeito trabalha o dia inteiro e quer seguir seus estudos ou voltar a estudar, aquele colégio perto de casa não vai oferecer mais vagas, terá que procurar outro, em geral mais longe.
Como para quem sabe ler um pingo é letra, é fácil deduzir que se este ano se encerra o primeiro ano, ano que vem o segundo e em 2019 o terceiro, ou seja, “bye bye” ensino noturno. Se quiser estudar, que procure um grande polo, pois a instituição mais próxima não vai oferecer turmas, mesmo tendo espaço e até mesmo professores.
Causa surpresa uma decisão destas, pois o argumento de número mínimo de matrículas não pode obstruir o ensino para aqueles que precisam. Ninguém está no período noturno estudando porque acha legal, mas sim porque necessita. Pensar e gerir a educação na busca de resultados e metas é um grande equívoco. Equívoco este que aconteceu nos tempos tucanos no governo de Minas e agora se repete, de maneira inesperada e surpreendente, na gestão de centro-esquerda liderada pelo governador Fernando Pimentel. Lamentável!
Cada vez que vejo ações e atitudes como esta, mais claro fica como a educação segue sem ser prioridade em nosso país. E prova, com muita tranquilidade, o que Darcy Ribeiro profetizou lá no século XX: “ A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto.”
Sigamos na luta por uma educação pública, gratuita, de qualidade e PARA todos e todas, afinal, a única luta que se perde é aquela que se abandona!