A Vale contratou um escritório de especialistas que constatou a causa do rompimento da Barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, localizada em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte. O laudo, divulgado nesta quinta-feira (12), confirmou que o material sólido passou por uma “liquefação”.
E ainda, no documento divulgado os especialistas também afirmam que não houve qualquer explosão ou detonação nos momentos prévios do rompimento. No relatório foi diagnosticado como “perda de resistência significativa e repentina” e que os rejeitos da barragem apresentavam “comportamento frágil”, o que quer dizer que o fluxo de água do material exerceu uma força que anulou o peso e a aderência de suas partículas, fazendo com que elas ficassem soltas.
O estudo utilizou imagens de satélite para medir os volumes de antes e depois do rompimento da barragem e determinar quanto de rejeito havia sido despejado. O resultado apontou que 9,7 milhões m³ de rejeitos vazaram no rompimento, o que corresponde a cerca de 75% de todo o material.
A Barragem B1 da Mina Córrego do Feijão se rompeu em 25 de janeiro e trouxe 270 vítimas. São 257 mortes confirmadas e 13 desaparecidos até o momento. Esta é a maior operação de busca e salvamento da história do Brasil, somando quase 11 meses de trabalho.
O relatório ainda apontou vários gatilhos que podem ter contribuído para a desestabilização da barragem. São eles:
- Carregamento rápido, como construção ou lançamento de rejeitos;
- Carregamento cíclico rápido, como sismos ou detonações;
- Carga por fadiga, como detonações repetidas;
- Descarregamento, como aumento dos níveis de água no solo e movimentos, como dentro da fundação ou devido à presença de camadas fracas;
- Erosão interna e/ou “piping”;
- Interação humana;
- Perda localizada de resistência devido ao fluxo de nascentes subterrâneas;
- Perda de sucção e resistência em zonas não-saturadas acima do nível da água;
- “Creep” (deformações específicas que se desenvolvem com o tempo sob carga constante).