A pausa para a Copa era uma promessa de recuperação de atletas lesionados, descanso do frenético ritmo de jogos e reforços nos elencos dos times brasileiros.
No Cruzeiro essas promessas foram parcialmente cumpridas.
Os jogadores até tiveram seu tempo de descanso e para um grupo com média elevada de idade como é o cruzeirense, esses dias são de ouro.
Alguns jogadores se recuperaram, como foi o caso de David, mas outros se lesionaram, como Sassá que só volta junto com Fred e Raniel, ainda sem estimativas.
E no quesito contratações, diferente de outras equipes, o Cruzeiro está “devagar, quase parando”, tendo apenas anunciado a renovação do empréstimo de Lucas Silva por mais um ano.
O cenário preocupa, pois já conseguimos ver que nosso elenco não é tão forte como pensávamos em janeiro e o fantasma das lesões volta a nos assombrar.
Nosso rival, com um orçamento tão modesto quanto o nosso, conseguiu trazer bons valores e mostrar novamente que não precisa de loucuras para contratar.
Resta saber negociar e ter bons olheiros, principalmente no mercado sul-americano.
Até agora, apenas duas negociações mais importantes movimentaram os bastidores azuis.
A grande notícia da renovação de Lucas Silva foi um alento para a torcida que já criava moscas na frente dos sites de notícias, esperando reforços para o time.
Lucas vinha sendo um dos melhores, senão o melhor, jogador do time celeste na temporada e marcou a mudança do estilo de jogo do Cruzeiro, no momento que a equipe deu mais alegrias no ano, com grande sequência de resultados.
Já a outra notícia não foi tão positiva assim.
O ponta/lateral Vitinho foi negociado por míseros 10 milhões de reais com, pasmem, o mercado belga.
Uma promessa tão grande quanto Vinícius Júnior e Rodrygo, inclusive treinando por semanas com a seleção de Tite, teve um destino muito diferente das promessas de Flamengo e Santos.
Ambos os atletas foram vendidos para o Real Madrid, tricampeão da Champions por 180 milhões de reais.
A perda de uma das maiores esperanças da base celeste vem após uma sucessão de erros.
Da diretoria que demorou a renovar com o atleta e não fazendo o seu papel que é garantir multas altas para as suas promessas.
E não digo isso de agora, esse contrato teria que ser assinado quanto Vitinho começou a se destacar no sub-17 do Cruzeiro e ser convocado para as seleções de base.
O outro erro foi da comissão técnica que preteriu o bom jovem à medalhões que não rendiam como Robinho, Sóbis e Bruno Silva.
E o histórico dessa comissão é de não aproveitar os jovens, e num mundo que aproveita os atletas cada vez mais jovens, os garotos desde novos já querem jogar.
E por fim, do próprio Vitinho, que junto a seus empresários dificultou a renovação de contrato e só assinou após a definição de uma multa baixíssima para os padrões nacionais.
O jovem, criado desde sempre no clube preferiu buscar visibilidade no fraco futebol belga a tentar garimpar seu espaço no Cruzeiro e futuramente garantir uma negociação do quilate de Vinícius Júnior para um centro maior.
Pode se explicar isso talvez por uma falta de perspectiva com Mano Menezes e o medo de uma estagnação na fase de maior desenvolvimento do atleta.
Mas quem garante que será fácil se desenvolver num clube do quinto escalão europeu?
Apesar da grande notícia da permanência de Lucas Silva, considero nossa pausa para a Copa mais negativa que positiva no quesito elenco.
Garantimos a presença por mais um ano de um craque mas perdemos um promessa da base a “preço de banana” e o pior, não nos livramos de contratações que só tem serviram para ocupar espaços no elenco e trazer mais processos de cunho financeiro ao clube (não é Mancuello?!).
A Arábia vem levando todo mundo, podia levar uns nossos também, não é?
Amanhã falarei sobre aquelas negociações prometidas que ainda não aconteceram.
Pois a torcida não esqueceu do ponta rápido e está preocupada com a situação física dos nossos atacantes.
Além do necessário reserva/sombra para Thiago Neves.
E o Arrasca?
Será que vai?
Veremos.
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