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Microbiota do magro: o mais recente mito em forma de prodígio do emagrecimento

11/12/2019 às 22:45
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Recentemente, no âmbito do emagrecimento milagroso surgiu uma nova promessa: A chamada “microbiota do magro”, com a alegação de que a utilização de um suplemento probiótico teria a capacidade de alterar a população de bactérias intestinais e com isso provocar uma considerável redução de peso, com base na hipótese de que pessoas magras não sofrem grande ganho de peso devido à sua microbiota diferenciada.

A microbiota intestinal consiste na população de micro-organismos como bactérias, vírus e fungos que habitam todo o trato gastrointestinal, atuando na digestão e absorção de nutrientes, além de manter a integridade da mucosa e controlar a proliferação de bactérias patogênicas. A formação da microbiota de cada indivíduo se inicia já no nascimento e existem vários fatores que interferem na composição da população de micro-organismos, dentre eles a amamentação, o desmame e a prática de atividade física, além de fatores genéticos.

Existem pesquisas que demonstram que a microbiota de uma pessoa com obesidade é diferente da microbiota de uma pessoa eutrófica, porém não existem estudos relevantes realizados em humanos que comprovem que a ingestão de probióticos possa reduzir a gordura corporal, tampouco que a microbiota seja a responsável pelo corpo magro daqueles que “comem e não engordam”, conforme é preconizado pelo protocolo da “microbiota do magro” divulgado nas mídias sociais.

Para que ocorram mudanças na nossa microbiota é necessário que seja adotado um estilo de vida saudável, com a prática  regular de atividade física, aliada a uma alimentação equilibrada, rica em alimentos naturais, fibras e com consumo reduzido de industrializados.

Em suma, o que se pode afirmar é que a ingestão isolada de quaisquer produtos específicos (probióticos ou não), não surtirá nenhum efeito se não houver, concomitantemente, uma mudança no estilo de vida. Cada indivíduo possui uma microbiota característica, fruto de uma série de fatores, logo, a simples inoculação de   bactérias do intestino de uma pessoa magra em uma pessoa com excesso de peso não será suficiente para a redução da sua gordura corporal.

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