“My name is Mano Menezes”. O treinador do Cruzeiro já disse essa frase algumas vezes para reafirmar a sua preferência e estilo de jogo no futebol, sendo esta um jogo mais reativo, com o técnico sendo conhecido por montar esquemas defensivos sólidos e sofrer poucos gols. Por outro lado, a parte ofensiva dos esquemas de Mano costumam não render bem e sofrer críticas. “Retranqueiro” é só a alcunha mais comum dada ao comandante do Cruzeiro. E esse Brasileirão vem sendo a prova presente dessas afirmações sobre o estilo de trabalho de Mano. As 11 primeiras rodadas do Brasileirão de 2018 são as melhores no quesito defensivo e piores no ofensivo da história do Cruzeiro desde que o campeonato passou a ser disputado no sistema de pontos corridos.
A equipe celeste marcou 7 gols e sofreu 6 até agora, no campeonato. É o terceiro pior ataque, só é superior ao Paraná e ao Ceará que estão na zona de rebaixamento, e a segunda melhor defesa da competição, perdendo apenas para o grêmio. Tais números deixam a equipe celeste atualmente na 8ª colocação do torneio, a nove pontos do líder Flamengo.
A solidez defensiva é sim um ponto importantíssimo numa equipe de futebol, principalmente em competições de mata-mata, como mostrou o Cruzeiro na Copa do Brasil do ano passado. Mas um time que busca voos altos em competições com adversários duros não pode ter números ofensivos tão ruins. Para se ter uma ideia, o Cruzeiro tem menos gols que o artilheiro do campeonato, Róger Guedes, que já balançou as redes oito vezes.
Em jogos difíceis como foi o do Palmeiras, por exemplo, essa força defensiva é primordial. O Palmeiras foi totalmente neutralizado e não conseguiu levar perigo com seus ótimos jogadores de frente. O Cruzeiro por sua vez, numa chance foi lá e matou o jogo. Mas essa é uma estratégia arriscada, principalmente contra times fechados e quando a equipe sofre desfalques. O Cruzeiro tem sido, nas últimas partidas, muito ineficiente e inoperante ofensivamente. Com desfalques dos seus atletas mais rápidos e criativos, como Arrascaeta, Rafinha, Lucas Silva, o time tem perdido muito poder ofensivo sendo previsível e pouco criativa. E em jogos contra times que se fecham como é o caso da Chapecoense ou do Vasco, essa falta de recursos ofensivos faz muita falta. Os adversários jogam no erro do Cruzeiro, como foi no gol do Vasco e no segundo da Chape, ou em contra-ataques, como foi no primeiro gol da equipe catarinense. E aí o Cruzeiro não tem força para reverter.
Apesar desse texto em tom crítico, acredito que o principal problema não seja no estilo de Mano e sim na falta de jogadores criativos e rápidos que definam a partida no improviso. Talvez com a possível volta de Arrascaeta, recuperação de David e chances para Vitinho, além de contratações, esse problema seja sanado. E mesmo com a solidez defensiva buscada por Mano, a intensidade do futebol do Cruzeiro vinha em bom nível, muito pela boa fase de Arrascaeta. Pra um time que joga como Mano gosta, jogadores que imprimam velocidade e qualidade técnica é primordial, pois as chances que surgem necessitam de serem aproveitadas.
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