Após decisão do comitê de crise, parte da cidade será evacuada – Foto: Reprodução/Itatiaia
Aproximadamente 500 pessoas serão retiradas de suas casas localizadas na parte baixa de Brumadinho, às margens do Rio Paraopeba, perto da ponte principal da cidade, pois de acordo com o secretário de Governo do Município, Ricardo Parreiras, há o risco do rompimento de uma segunda barragem que afetaria diretamente essa região.
A decisão foi tomada no fim da noite desta sexta-feira (25) pelo comitê de crise, que é composto pelo Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e polícias Militar e Civil. O objetivo da medida é evitar uma tragédia ainda maior na cidade.
“A parte mais baixa que a gente considera é a seguinte: o Canto do Rio, Pires e a rua Iaiá Sampaio. São as partes mais vulneráveis se houver o rompimento dessa segunda barragem. Não precisa ter pânico, pois ainda não houve o rompimento desta barragem, mas como ela está instável, pode causar danos maiores”, informou o secretário de governo de Brumadinho.
“A gente pede à população desta área que procurem casas de vizinhos e parentes. Quem não tiver para onde ir, vamos disponibilizar a Estação Conhecimento. Lá tem estrutura com colchões, alimentação e veículos para transporte. O pessoal pode procurar a Defesa Civil e ligar para a Polícia Militar no 190”, completou Ricardo Parreiras.
Como já publicado pelo Mais Minas anteriormente, o alto número de possíveis vítimas se dá pelo fato de a área de operação da Mina do Feijão ficar abaixo da barragem, no caminho que a onda de lama passou. Segundo informações da Vale, os prédios da medicina, RH, restaurante, apoio, armazém e oficina de equipamentos foram atingidos. Todos estavam em horário de operação durante o rompimento.
Mais cedo, o Corpo de Bombeiros contabilizou 7 mortes e cerca de 150 desaparecidos. Além disso, 9 pessoas foram resgatadas com vida da lama, e outras 100 que estavam ilhadas também foram resgatadas.
Em Brumadinho, Romeu Zema concedeu uma entrevista pouco esperançosa a respeito dos 150 desaparecidos: “Mas sabemos agora que as chances de haver sobreviventes são mínimas e que provavelmente resgataremos corpos“, disse o governador de Minas Gerais. Ainda na entrevista, Zema enfatizou que “neste momento a grande preocupação é acompanhar o estado da barragem que ainda permanece, ver se ela está segura e tomar todas as medidas necessárias. Parece que o tempo está estável, mas caso chova, (os rejeitos da barragem) devem se mover mais um pouco“.