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“Poetas no Topo 3.3” será lançado no dia 26 e causa apreensão nos fãs

24/12/2019 às 15:20
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7 min

Publicado no fim de 2016, “Poetas no Topo” foi o primeiro lançamento da produtora Pineapple Storm em seu canal no YouTube. Produzido no formato cypher, o projeto fez muito sucesso desde a sua primeira edição e abriu as portas para diversos MC’s do rap nacional. Com quatro edições lançadas entre dezembro de 2016 e junho de 2017, a série parecia se encaminhar para seu final ainda naquele ano, porém entrou em um grande hiato, que perdurou até 2019. O último capítulo, chamado de “Poetas no Topo 3.3”, chegou até a ter alguns nomes dados como certos e outros também foram especulados, mas não passou disso.

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Porém, tudo mudou em 2019. Após muita cobrança do fãs, a Pineapple começou, em outubro, a anunciar os nomes que integrariam “Poetas no Topo 3.3”. Isso gerou expectativa e desconfiança nos fãs, que tinham dúvidas se o prometido desfecho realmente veria a luz do dia. Mas, para alívio deles, era oficial. Com 19 nomes confirmados, a última edição do projeto será lançada no dia 26 de dezembro.

O time escolhido foi: Gali, Azzy, Rashid, Black, Knust, Chris, Dudu, Projota, Kayuá, Kamau, MV Bill, Bob DoContra, Rod 3030, Cabelinho, DK47, L7NNON, Rodrigo Ogi, César e Souto.

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O colunista João Victor Pena conversou com alguns MC’s envolvidos e também com o público, para saber a opinião e as expectativas de ambos os lados para esse lançamento. Confira:

Rashid

Um dos artistas que nos atendeu foi Rashid. Um dos veteranos presentes no projeto, o paulista comentou um pouco sobre o convite que recebeu e as lembranças que o projeto traz do início de sua carreira. 

“Recebi o convite através de uma parceiro meu, o Wag Tujaviu, que tem um trabalho direto com o pessoal da Pineapple e eles já sabiam que o Wag e eu somos muito amigos. Ainda antes de aceitar o convite, fiquei feliz em ser convidado porque o projeto se tornou uma referência quando se trata de juntar MCs que se preocupam com suas letras, especialmente para o público mais novo. Como sempre prezei pela arte da escrita, senti que essa parte do meu trabalho também é reconhecida por esse pessoal. Já terminei meu verso e espero que o povo esteja preparado. Esse ambiente de cypher, de roda de rima, é minha origem. Foi assim que comecei a rimar. Na esquina mais sinistra, com a luz do poste falhando, ali tinha uma roda de moleques rimando e eu tava lá no meio, tentando achar o melhor verso. Amo essa parada”, contou o Mc.

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Dudu

Além de Rashid, conversamos também com Dudu. Natural do Espírito Santo, o rapper é o caçula do cypher e já joga como gente grande. Com vários projetos ligados com a Pineapple, o garoto já é veterano no canal.

“Eu descobri que ia participar de uma maneira inusitada, foi da mesma maneira que todas as outras pessoas. O Paulo, que é o CEO da Pineapple, me pediu uma foto minha e eu mandei. Depois de um tempo comecei a receber um monte de parabéns e mensagens, parabenizando por estar no Poetas no Topo, e eu não estava entendendo nada. Depois de 20 minutos, eu estava no estúdio esse dia, veio um amigo meu e me deu um abraço, falou ‘É isso aí, Poetas cara, vamo pra cima’ e eu falei ‘Como assim, eu não tô no Poetas’. Aí ele veio me mostrar no Instagram que eu tava confirmado. Na hora eu tomei um susto, mas fiquei muito feliz. Não só pela magnitude, mas pelos artistas que estavam participando”, relembrou Dudu.

Opinião dos fãs

Além dos artistas, nós também conversamos com alguns fãs do projeto, que deram suas opiniões sobre a volta do “Poetas no Topo”. 

A estudante Júlia Grain, de Campos dos Goytacazes-RJ, disse: 

“Pra começar, achei muita gente. Não sei como eles vão fazer isso ficar bacana. Eu até confio, mas esperei tanto por um próximo ‘Poetas no Topo’, que confesso que estou um pouco aflita. Não gostei da Azzy, gostaria da MC Tha no lugar dela. O Cabelinho é um artista que eu gosto muito, funcionou na Poesia Acústica, mas não sei se vai funcionar tão bem assim no ‘Poetas’. Destaque pra Souto e pro Kayuá, que eu to muito ansiosa pra escuta. Tenho certeza que vão ser as minhas partes favoritas. Já que falei da MC Tha, gostaria de ver também a Tássia Reis, ou artistas LGBT, como o Rico Dalasam, que é super talentoso e não tem espaço, ou a Glória Groove, que também faz rap”, disse Júlia.

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Além dela, conversamos com o Breno, de Rio Janeiro-RJ, que é produtor musical e DJ. Ele comentou: 

“Eu vi que o projeto vai ter cerca de meia-hora, não é? Eu achei um pouco desesperado, um pouco repetitivo. Eles se sentem na obrigação de sempre fazer um, não podemos deixar o projeto morrer. Então precisamos chamar todo mundo que nunca participou. Acho que você precisa chamar pessoas que tem assuntos que se cruzam. São boas pessoas, são bons MC’s, pelo menos alguns, mas a visão de alguns não se encaixa. Parece que fizeram um grande sorteio e foram escolhendo o time. Sem racionalidade, apenas o desespero pra lançar. Algumas edições do projeto, eu via essa linha lógico, na escolha dos nomes, nessa eu acredito que realmente tenha sido sorteado, porque está muito aleatório. Mas por mais contraditório que pareça, ainda sim eu acredito não será uma das piores edições do ‘Poetas no Topo’. Além do do fator surpresa: sempre tem algum artista que pode surpreender”, confidenciou Breno.

Por fim, falamos com o também estudante Pedro Leandro, de Recife-PE, que nos disse: 

“Então, confesso que a pausa de um lançamento pro outro deu uma desanimada, mas as expectativas são muito boas. Desde a época que começou a ser anunciado o ‘Poetas no Topo 3.3’ que eu estou aguardando. Eu queria muito ver o Kamau rimando nesse som. Eu só achei um pouco errada a decisão de colocar muitos MC’s. Acho que prejudica um pouco a música, já que ficará uma coisa com muita duração. Mas estou confiando nos nomes escolhidos, acho que eles tem capacidade pra fazer um trampo de qualidade”, afirmou Pedro.

“Poetas no Topo 3.3” será lançado no dia 26 de dezembro, um dia após o Natal. Sem horário definido, a última edição do projeto terá mais de meia-hora de duração. O tempo do projeto que foi a principal crítica dos fãs, que acham que esse pode ser o fator comprometedor da música.

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