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Polícia Civil conclui inquérito que apurou tortura em asilo de Santa Luzia

01/10/2019 às 21:11
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Após 60 dias de intenso trabalho investigativo, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito policial acerca de tortura ocorrida em um asilo particular em Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nesse período, foram ouvidas mais de 50 pessoas, arrecadadas dezenas de provas documentais e laudos médicos, além da realização de perícias.

Com os levantamentos da PCMG, iniciados no dia 25 de julho deste ano, foi possível catalogar 76 vítimas, sendo que 18 vieram a óbito em razão dos maus-tratos. Também foi constatada a ocorrência de crimes sexuais contra dois internos. O procedimento foi concluído com o indiciamento dos cinco suspeitos presos no início das investigações, sendo quatro da mesma família e um cuidador contratado.

Foram presos: Elizabeth Lopes Ferreira, de 47 anos, dona do asilo; sua filha de 27 anos, Policia Lopes Ferreira; filha mais nova, de 21, Patrícia Lopes Ferreira; e o marido de Elizabeth, e pai das duas, Paulo Lopes Ferreira, de 53 anos. O cuidador contratado é Jorman Alexander Venâncio do Amaral, de 47 anos. Ele é acusado de praticar várias torturas contra as vítimas.

Sobre o caso

Tudo começou no dia 25 de julho, após a morte de três idosos no mesmo mês, foi então que os cuidadores denunciaram o acontecido ao Hospital Municipal de Santa Luzia. A delegada Bianca Prado conta que a unidade de saúde repassou as denúncias à polícia, que abriu o inquérito logo em seguida. O que levou à prisão da pastora Elizabeth Lopes Ferreira, dona do abrigo, e da filha Poliana.

Os outros envolvidos foram presos no dia 31 do mesmo mês, sendo a outra filha da pastora, seu marido, e o cuidador dos idosos. A pastora foi considerada a mais agressiva com os idosos, de todos os cuidadores, segundo depoimentos de algumas testemunhas.

A delegada disse que, de acordo com os internos, eles eram privados de alimentação e água, em períodos de até 24 horas. Alguns relataram que algumas vezes chegavam a três dias. Além disso, também denunciaram banhos frios como punição, com água retirada da piscina do local.

Duas equipe médicas acompanharam a ação, de acordo com a prefeitura da cidade. Vários idosos foram levados para o Hospital Municipal Madalena Parrillo Calixto com quadros de pneumonia, fratura e desnutrição. Eles relataram que eram agredidos.

A Prefeitura de Santa Luzia fechou o asilo permanentemente.