Se preparando para as eleições em outubro, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional na Câmara dos Deputados continuará apoiando o presidente Jair Bolsonaro (PL) mesmo que os jogos de azar sejam regulamentados no país com o apoio de uma parcela do governo federal.
A bancada evangélica, como é popularmente conhecida, é veementemente contra o projeto que prevê a regulamentação dos jogos, que permitiria o funcionamento de bingos, cassinos e até o famigerado jogo do bicho.
Além da jogatina em ambientes físicos, o PL 442/91 também regulamenta os jogos em ambientes virtuais, que no Brasil são legalizados desde 2018, após a sanção da lei 13.756. Mas as empresas e investidores do setor pedem uma regulamentação mais ampla desde então, sendo que as operadoras que hoje atuam no país precisam ter sua sede obrigatoriamente no exterior.
Nos últimos anos, a jogatina online ganhou popularidade e se tornou uma das principais alternativas de entretenimento dos brasileiros, que não precisam mais viajar para fora do país para se divertir com a prática legalmente. Com isso, plataformas online como o cassino Leo Vegas passaram a atender o público nacional, disponibilizando uma gama de jogos que anteriormente só poderiam ser experienciados em grandes estabelecimentos e que agora podem ser acessados do conforto de casa, tornando a prática muito mais acessível e cômoda. Sendo que os usuários ainda têm acesso a promoções generosas, como o bônus sem depósito, para que dessa forma possam testar a plataforma sem qualquer gasto.
O que diz a bancada
Para os parlamentares do grupo, tornar a prática legal no país fomentaria a lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e o vício em jogatina. Com isso, eles apontam que os prejuízos seriam maiores que qualquer benefício que o Estado pudesse conseguir.
Contudo, mesmo com a negativa, alguns deputados do grupo ouvidos pela reportagem do Uol, sob reserva, apontaram que caso a proposta seja aprovada, não irá causar um racha na relação da bancada com Bolsonaro, mesmo que alguns membros do governo apoiem o texto. Isso porque, para esses parlamentares é preferível permanecer ao lado do presidente Bolsonaro, já que ele costuma dar suporte às pautas consideradas conservadoras. Além disso, alguns deputados apontam que um rompimento entre o grupo e Bolsonaro acabaria prejudicando a imagem do presidente, e consequentemente daria mais força aos adversários políticos da esquerda, a exemplo do ex-presidente Lula. Sendo que, dos pré-candidatos à Presidência, Bolsonaro seria aquele que tem o discurso e principais mais alinhados com os cristão.
Proximidade
É sabido que Bolsonaro é próximo de diversas lideranças evangélicas desde que começou sua caminhada para a Presidência. Sendo o ápice desse relacionamento a indicação do ex-advogado-geral da União e pastor André Mendonça a ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Marco Feliciano, deputado federal de São Paulo, foi um daqueles que confirmaram que a bancada evangélica permanece apoiando o atual presidente. “Mesmo porque apoiamos o governo por causa da pauta dos costumes, entre elas a proibição dos jogos de azar. O princípio da democracia é aceitar os resultados, quando não se tem maioria, mas, nesse caso, nós, conservadores, somos maioria, muito além da base evangélica do governo”, disse Feliciano.
Muitos duvidam que os críticos da proposta conseguirão barrá-la na Câmara dos Deputados. Sendo que vários apoiadores da ala bolsonarista e centrão, como Ciro Nogueira (PP-PI), são defensores da regulamentação dos jogos.
Bolsonaro, chegou a apontar que vetaria a proposta caso fosse aprovada, sendo que este veto seria uma tentativa de evitar um desgaste com a bancada evangélica, principalmente por se tratar de um ano eleitoral. Contudo, o presidente também ressaltou que os deputados podem se juntar e derrubar o seu veto. Com isso, ele não se indisporia nem com os apoiadores nem críticos da regulamentação dos jogos.