Realizou-se neste último fim de semana dias 14 e 15/7 mais uma das trimestrais idas a campo da Expedição “Bacia Hidrográfica do Rio Pandeiros, Norte de Minas Gerais”, onde se realizam pesquisas sobre vegetação, solo e o entorno não só do Rio Pandeiros, mas em especial do Rio São Francisco.
Formado por alunos de pós-graduação e professores da UFOP, além de pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), da Universidade para o Trabalho de Minas Gerais (UTRAMIG) e Fundação Caio Martins (FUCAM), o projeto objetiva entender melhor as relações físico, químicas e biológicas para contribuir na conservação deste que é um dos mais belos corpos hídricos do país.
Infelizmente o que se vê atualmente no rio integrador da nação é lastimável, triste, de dar vontade de chorar, pois as faltas de políticas adequadas de conservação mostram que o local sofre cada vez mais com o assoreamento e formação de ilhas, sendo que estas últimas são reflexo de sua diminuição de vazão de água.
Além desta calamitante situação descrita, os pesquisadores descrevem uma curiosa relação que os estudos parecem indicar: a de que a conservação do Rio e do Cerrado estão diretamente relacionados a políticas públicas de geração de emprego e renda para a população mais humilde da região.
Ainda inacabados, os estudos mostram uma tendência de conservação ambiental presente quando o uso e ocupação do solo se mostraram melhores distribuídos ou seja, somente no período de 2004-2014 a região do Rio São Francisco no Norte de Minas Gerais mostrou sinais de recuperação, demonstrando que políticas públicas inclusivas jogam papel chave para preservar a natureza.
O motivo para isso parece ser simples: quanto mais emprego e renda a população ribeirinha têm, menos ela precisa degradar o rio e o Cerrado, algo relativamente óbvio, mas que ainda não havia sido constatado no local.
Situações como esta, que demonstram como a conservação da natureza está relacionada a ações práticas de políticas econômicas ambientais estão na contramão do que demonstra o atual governo Temer, onde seu ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB -RS), apresenta uma polêmica declaração, à mando do próprio presidente onde acham por bem acabar com uma Unidade de Conservação (UC) e reduzir em 40% a área de outras quatro UCs criadas no governo de Dilma Rousseff.
Vendo como se encontra o Rio São Francisco, o Cerrado e os caminhos trilhados pelo atual governo só resta rezar, pois por mais pesquisas que se realizem no leito do “Velho Chico” sem o mínimo de consciência ambiental dos nossos governantes não há muito que ser feito na prática…
Até a próxima.
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