Na última terça-feira (16), o líder do governo no Senado Federal, Fernando Bezerra Coelho (MDB), afirmou que o Planalto tem total capacidade de formar maioria para aprovar a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
“O governo tem maioria no Senado, portanto, apesar de toda a polêmica e do debate todo dessa indicação, que ainda não foi formalizada pelo presidente da República, se for formalizada, o governo tem votos para aprová-la tanto na Comissão quando no plenário”, afirmou Bezerra.
Apesar da convicção do líder do governo na Casa, alguns senadores, como a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Simone Tabet (MDB), e o líder do Podemos, Álvaro Dias, declararam que governo poderá encontrar dificuldades para aprovar a indicação de Eduardo Bolsonaro como embaixador.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que ele e o presidente Bolsonaro conversaram sobre o assunto. “Ele se manifestou comigo no telefone dizendo que tinha o desejo de fazer essa indicação, que tinha a confiança no Eduardo Bolsonaro e ainda perguntou se no Senado haveria alguma restrição. Eu disse para ele que não cabe ao Senado restringir uma indicação do presidente da República”, declarou.
Possível indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada gera opiniões diversas
A possível indicação do filho do presidente ao posto diplomático, que é considerado o mais importante e o mais disputado do país, vem dividindo a opinião pública. os mais críticos afirmam que, além de imoral, a prática pode configurar nepotismo.
Já para o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que é presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, a indicação do filho do presidente para a embaixada em Washington é legitima. O senador ainda afirmou que votará a favor da indicação e trabalhará para que a proposta seja aprovada na comissão em 45 ou 60 dias.
Caso seja confirmada, a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro à embaixada do Brasil nos Estados Unidos deverá ser analisada pelo Senado a partir de agosto, logo depois do recesso parlamentar. Na votação em plenário, após passar pela Comissão de Relações Exteriores, a proposta precisará formar maioria simples, ou seja, 41 votos a favor para ser aprovada.