No dia 7 de abril comemora-se o dia mundial da saúde. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. Para o dia mundial da saúde deste ano a OMS propôs como tema a Depressão, tendo como lema de campanha a expressão: “Let’s Talk” (Vamos conversar).
A depressão é uma doença que no momento, ocupa o quarto lugar entre as 20 doenças mais causadoras de morte prematura e incapacidade e, prevê-se que no ano de 2020 ela ocupe o segundo lugar entre estas doenças1.
Os principais sintomas da depressão são: humor deprimido (sentimentos de tristeza ou vazio); desinteresse em atividades que antes costumavam ser apreciadas; distúrbios do sono; perda ou redução significativa do nível de energia; dificuldades de concentração, conversação, ou de tomada de decisões que poderiam ser feitas facilmente na ausência da patologia e, pensamentos suicidas2. Entre todos esses sintomas incluem-se também as modificações do apetite que podem manifestar-se como aumento ou como diminuição do mesmo. A modificação do humor e o stress nos indivíduos deprimidos pode influenciar na quantidade de alimentos ingeridos, como também no tipo de alimentos por eles preferidos4, 5,6.
Nos estudos sobre o estresse e a sua relação com as alterações na dieta descobriu-se que os períodos de maior estresse estão associados com maior ingestão de gorduras, açúcares e calorias em indivíduos que normalmente restringiam a sua alimentação5,7. Este aumento do estresse e consequente aumento na ingestão total de calorias pode assim resultar em um aumento do IMC e desenvolvimento de excesso de peso ou obesidade5,6. O aumento do consumo destes grupos de alimentos ocorre na tentativa de ser obter uma melhora no humor.
O bom humor é influenciado por um neurotransmissor denominado serotonina, a qual é obtida através do aminoácido triptofano. O triptofano é um aminoácido essencial que exerce influência no sono, ingestão alimentar, comportamento, fadiga, etc., estando, portanto, nitidamente relacionado à depressão. Diante disso constata-se a importância de uma boa alimentação para que se possa gozar de saúde em todos os aspectos.
Existem formas naturais de se aumentar os níveis de serotonina no nosso organismo, entre elas está a alimentação, visto que o consumo de carboidratos resulta no aumento da insulina e, como consequência a isso, ocorre uma maior concentração de triptofano que chegará ao cérebro em maior quantidade estimulando o nosso organismo a produzir mais serotonina. Porém a ingestão de carboidratos deve ser feita com cautela de modo a não favorecer um ganho de peso indesejado e/ou um descontrole glicêmico. É recomendável também que se consuma alimentos ricos em triptofano, dos quais podemos citar as nozes, chocolate amargo, castanha do Pará, abacaxi, banana, batata, entre outros.
Além da alimentação a prática de atividade física, meditação e a exposição à luz solar também estão relacionadas ao aumento dos níveis de serotonina.
Cuide da sua saúde mental, faça aquilo que lhe dá prazer, fale sobre o que sente, procure com quem conversar (se não um amigo já conhecido, existem diversos profissionais de saúde esperando por você, aptos a lhe proporcionar um estado de completo bem estar físico, social e emocional). Depressão não é fraqueza! Fraco é quem desiste! Não se isole… Existem inúmeras maneiras de ser feliz, experimente cada uma delas e aproxime-se daqueles que podem agregar positividade em sua vida! Bora ser feliz!!!
Referencias
- OMS. Informe sobre la salud en el mundo. Salud mental: nuevos conocimientos, nuevas esperanzas. Ginebra: Organización Mundial de la Salud; 2001.
- Am. Psychiatr. Assoc. 1994. Diagnostic and Statistical Manual for Mental Disorders. Washington, DC: Am. Psychiatr. Assoc. 4th ed.
- Simon GE, Ludman EJ, Linde JA, Operskalski BH, Ichikawa L, Rhode P, Finch E, Jeffery RW. Association between obesity and depression in middle-aged women. General Hospital Psychiatry 2008;30:32-39.
- Spoor S, Stice E, Bekker M, Van Strien T, Croon M, Van Heck G. Relations Between Dietary Restraint, Depressive Symptoms, and Binge Eating: A Longidutinal Study. Int J Eat Disord 2006; 39:700-707.
- Gibson E L. Emotional influences on food choice: Sensory, physiological and psychological pathways. Physiology & Behavior 2006; 89: 53-61
- Stunkard AJ, Faith MS, Allison KC. Depression and obesity. Biol Psychiatry 331 2003; 54:330-337.
- Wardle J, Steptoe A, Oliver G, Lipsey Z. Stress, dietary restraint and food intake. Journal of Psychosomatic Research 2000; 48: 195-202.