Urina de foliões vai virar adubo para jardins de Belo Horizonte

por Rodolpho Bohrer

Pode parecer improvável juntar carnaval e ciência, mas não é. Prova disso é o projeto P4Tree, parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur, e o Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais, que chega a seu segundo ano na folia mineira. Depois de uma operação-piloto em 2018, a tecnologia capaz de absorver o micronutriente fósforo (disponível no formato de fosfato) presente na urina e transformá-lo em adubo, será ampliado e chegará a mais banheiros químicos durante a festa deste ano.

No ano passado, o P4Tree contou com seis cabines durante os quatro dias de carnaval. O sucesso foi tanto que, para esta edição, o projeto contará com 100 diárias de banheiros químicos – incluindo banheiros para PNE (pessoas com necessidades especiais) – que estarão dispostos em pontos estratégicos na Av. Brasil e Praça Sete, pontos de grande fluxo carnavalesco. A ação, que faz parte do eixo ‘Sustentabilidade e Inovação’ do Carnaval de Belo Horizonte, receberá identificação especial, além de uma equipe para orientar os foliões, informando-os sobre a tecnologia e objetivos do projeto.

Após a coleta, o material transformado em adubo será aproveitado por meio de parceria com a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica. A expectativa é que sejam produzidos 50 kg de fertilizantes a partir da retenção de fósforo da urina, que serão usados no Jardim Botânico. O adubo será utilizado, ainda, em novas culturas de Ipês, por exemplo, que serão replantados em jardins e parques da cidade.

Funcionamento do P4Tree

A ação será feita a partir da instalação de sachês de 200 g do material P4Tree nos banheiros químicos identificados. Em contato com o xixi, o coletor irá filtrar e separar o fósforo do restante dos elementos presentes no reservatório. Para que não se tenha perda do material, as cabines do projeto ficarão em locais fixos, diferente do ano passado. Os sachês serão instalados cerca de uma hora antes do horário de início da programação de cada dia. Ao final de cada noite, será retirado o material. Na quarta-feira de cinzas, as amostras serão levadas para o laboratório de Química da UFMG, onde passarão por um processo de desinfecção.

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