A maior entidade científica do país também tem lado, e não é dos poderosos…

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Aconteceu na última semana de julho a 70ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento, que é anual, já é uma tradição da comunidade científica do país, sendo o maior congresso da América Latina acerca desta temática.

Em meio a milhares de debates, minicursos e oficinas, ganhou destaque as nove moções aprovadas na reunião de sócios, todas críticas aos rumos que o país vem trilhando, em especial nas áreas de educação, saúde, ciência e tecnologia.

Entre estas, algumas merecem destaque haja vista sua alta votação em plenário, como a proposta pela própria diretoria condenando o congelamento de investimentos sociais do país por 20 anos, algo completamente inimaginável, mas que Temer, o ilegítimo, aprovou em 2016 e já faz estrago. Basta ver, por exemplo, as imensas filas para atendimento médico no SUS pelos quatro cantos da nação.

Outra moção que cabe comentarmos, versa sobre o repúdio a atual política privatista praticada pelo governo. A existência de diversas estatais sob gestão pública é uma das maiores conquistas do país ao longo do século XX. Os Correios, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, a Eletrobrás e a Petrobrás são orgulho do povo brasileiro. Desta forma, dilapidação do patrimônio nacional para o capital financeiro internacional à preços irrisórios, causa imensa indignação a todos e todas.

A direção, coordenação e execução de uma política nacional soberana, perpassa pelo fortalecimento do Estado Nacional brasileiro e suas empresas públicas, sendo esta a principal condição para que possamos, por um lado, vislumbrar a possibilidade de alcançarmos maior autonomia cientifica e tecnológica e, por outro, evitar que nossas desigualdades regionais e sociais aumentem vertiginosamente tendo em vista o papel que muitas destas estatais têm para o Brasil.

A última, e não menos polêmica, era em defesa da liberdade do ex-presidente Lula. Condenado em um processo (no mínimo) estranho, onde não houveram provas materiais, mas sim excesso de “convicções”, os cientistas presentes entenderam que é uma afronta ao estado democrático de direito o cárcere do maior líder popular da história tupiniquim. Se até mesmo um homem desta envergadura foi condenado desta maneira, o que dirá dos pobres mortais que não gozam de tamanho prestígio?

Haja vista a importância que a SBPC tem no cenário nacional e internacional, sua manifestação sobre temas referentes à ordem do dia é de extremo simbolismo, afinal imaginar que a maior sociedade científica da América Latina também condena os rumos que o Brasil segue, joga um peso fundamental. Somando-se às demais entidades do movimento social do país, como a UNE, a CUT e o MST, a SBPC assume seu papel histórico na vanguarda da nação, unificando pautas com a sociedade civil organizada em defesa de um projeto de estado nacional desenvolvimentista.

A todos e todas que fazem parte da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, cabe os agradecimentos por sua honrosa atitude. Afinal, não é simples estar do lado certo da história.

Longa vida a SBPC!

Até a próxima.

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