Uma das coisas mais curiosas no mundo da política é o que podemos chamar de amnésia seletiva. Este termo, cuja autoria desconheço, serve para definir o eleitor que esquece das ações realizadas por um ex-gestor que atualmente não exerce o mesmo cargo eletivo. De modo geral, a amnésia seletiva acontece com ex-prefeitos e ex-governadores.
Trago este debate para o tempo presente, pois estamos em ano eleitoral, para ser exato, a menos de dois meses do início das eleições, que segundo as novas regras começam dia 15 de agosto.
No caso das eleições para o governo de Minas Gerais, causa imensa surpresa que nas últimas pesquisas a liderança seja do ex-governador tucano Antônio Anastasia. Sem dúvidas o atual momento de nosso estado é preocupante, com salários atrasados do funcionalismo público e dívidas imensas do poder público estadual com os municípios, gerando uma enorme bola de neve administrativa. Entretanto, será que voltar ao passado é solução?
Trazer de volta a ditadura neoliberal do clã Neves e seus asseclas do PSDB-DEM não me parece algo avançado, muito pelo contrário, vejamos: o choque de gestão mostrou-se uma verdadeira mentira, com retirada de dinheiro da saúde e da educação par pagamento de dividendos da dívida pública; o chamado “déficit zero” não passou de uma maquiagem contábil e instrumento de propaganda para o enriquecimento de coronéis poderosos. Prova disso, é que Minas Gerais, em 2013, chegou a somar dívidas de quase 67 bilhões de reais, segundo o SindFisco; a cidade administrativa, uma obra visivelmente superfaturada, mostra-se um elefante branco no meio do nada, com problemas estruturais e de difícil acesso ao cidadão comum, um enorme gasto público desnecessário; a Lei 100 gerou uma situação de desconforto jurídico, político e pessoal, colocando à deriva mais de 50 mil servidores de diversas autarquias estaduais demitidos sem praticamente nenhum direito trabalhista.
Cito todos estes fatos ocorridos no passado recente para chamar à responsabilidade aqueles que por ventura possam estar sofrendo da tal amnésia seletiva. Se temos um governo limitado hoje em nosso estado, não duvide de que é possível piorar, os dados presentes no parágrafo anterior estão aí para relembrar.
Vimos em 2016, com o golpe dado em cima da presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff que sempre é possível cavar um buraco ainda mais fundo, como este que o país atualmente se encontra conduzido por Temer, o ilegítimo.
Ressuscitar defuntos políticos é um mal que infelizmente ainda é comum nas urnas, a ideia de que “eu era feliz e não sabia” é ainda um problema a ser combatido, pois pelo medo de experimentar o novo, é que se repetem os erros do passado.
Logo será a hora de estarmos novamente diante das urnas, é preciso avaliar com muita calma, pois, da mesma forma que não queremos atraso, também não podemos negar que o ódio a política é o mal maior que podemos nos sujeitar, pois se você não gosta de política, com certeza será governado por aqueles que gostam, ou seja, sem participação popular, não tem como inovar!
Pense nisso e não sofra de amnésia seletiva!
Até a próxima.
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