Na noite desta segunda-feira (30), a BHTrans informou que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) enviou uma relação com os nomes de 501 cobradores que foram contratados para atuar nos horários que a lei exige. Isso porque o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, havia determinado que as empresas de ônibus contratassem 500 novos cobradores até o fim de setembro, de maneira definitiva e sem desvio de função. Ele havia deixado claro que, se não tivesse cobrador nos ônibus, não haveria aumento na tarifa este ano.
Ainda de acordo com a Setra-BH, apenas 190 começaram trabalhar de imediato. O restante ainda estão passando por treinamentos para começar a trabalhar nos próximos dias.
A BHTrans informou também que uma operação especial seria montada para fiscalizar a presença desses cobradores, começando a partir desta terça-feira (1). Conforme determinação de Kalil, os agentes de bordo são obrigatórios nos horários de pico. Eles serão distribuídos em 50 linhas, de 333 que atuam na capital. A exceção fica por conta apenas das linhas do Move.
O problema é que, já no primeiro dia de fiscalização da BHTrans, o que se presenciou foi muito tumulto por falta dos agentes de bordo. A equipe do jornal O TEMPO esteve na avenida Afonso Pena, principal corredor de trânsito de BH, para conferir com seria esse primeiro dia. Mas, o que observou foi que não havia nenhuma fiscalização conferindo se essas 50 linhas de ônibus estavam mesmo com os cobradores.
Os passageiros, e principalmente os motoristas, acabam sofrendo com a falta desses funcionários, que agilizariam muito o embarque dos usuários.
Ainda de acordo com a equipe de reportagem do O TEMPO, eles circularam em um ônibus da linha 104 (Estação Lagoinha/Avenida) na manhã desta terça-feira (1), e perceberam que não tinha cobrador, mesmo com o coletivo lotado.
Na avenida Afonso Pena, nos pontos de embarque, muita gente queria entrar no ônibus e o motorista não conseguia cobrar a passagem de todo mundo, dar troco e fazer tudo ao mesmo tempo. Ele acabava ficando entre dirigir, prestar atenção no trânsito, ou cobrar e dar troco das passagens. Segundo o observado, até o banco do cobrador foi ocupado por passageiros, tamanha era a quantidade de gente no ônibus.
Algumas pessoas precisavam descer no ponto e não tinham conseguido ainda pagar a passagem, fazendo com que ficassem todas aglomeradas na parte da frente do ônibus, causando muita revolta.
Segundo dia de fiscalização
No segundo dia, a fiscalização da BHTrans estava funcionando. A operação ficava no ponto final da linha 3030 (Olhos D’Água/Pilar), no bairro Olhos D’água na região do Barreiro. O superintendente de transporte público da BHTrans, Sérgio Carvalho, disse que fiscais estão em vários pontos da cidade. As multas para coletivos sem cobradores são de R$ 688,51.
Desde de janeiro, de acordo com Sérgio Carvalho, mais de 11 mil multas foram aplicadas, mas que cabem recurso.
A fiscalização garantiu que, nas primeira horas dessa terça (2), todos os ônibus que chegaram ao ponto final da linha 3030 estavam com agentes de bordo.