Se tem uma coisa que aprendemos nos últimos quase quatro anos é que com a democracia não se brinca, ela é sagrada e o estado democrático de direito deve ser defendido custe o que custar bem como o pacto federativo de 1988.
Concordar e divergir, faz parte da vida, seja nas opiniões pessoais, no futebol e, evidentemente, na política, o que não podemos tolerar é a manifestação da violência desmedida que estamos assistindo onde quem pensa diferente é considerado inimigo.
Essa polarização que se tornou o Brasil é péssima para o país, pois o rico debate que acontece entre quem possui divergência está sendo substituído pela lei do mais forte, ou seja, uma escalada de violência política nunca vista desde o fim da famigerada ditadura militar.
Penso que o maior desafio do pleito eleitoral que se realizará em outubro não é a disputa da direita contra a esquerda como historicamente assistimos, dessa vez nossa disputa será entre civilização e barbárie, ou seja, entre um projeto de respeito e defesa da democracia e outro contrário, que defende golpes de estado, ataca ministros do Supremo Tribunal Federal e persegue os diferentes.
As divergências que sempre houveram e seguiram ocorrendo não têm espaço desta vez, precisamos retomar o pacto civilizatório democrático para depois olharmos o que nos separa.
Lula e Alckmin estão dando um exemplo para o Brasil construindo uma frente ampla em defesa da civilidade, vejam bem, um ex-sindicalista e ex-presidente com mais de 70 anos e ligado a um partido de esquerda se alia com o ex-governador de São Paulo, identificado com o oposto deste, juntos no palanque e, quiçá, na gestão. Isso é muito simbólico, pois nos mostra o caminho a se seguir.
Não é hora de criticarmos tamanha amplitude, menos ainda os antigos adversários, se tem uma coisa que apreendemos com o golpe de 1964 é que somente quando toda a sociedade deu as mãos em defesa da democracia é que conseguimos vencer o monstro da ditadura.
Vivemos tempos similares em que dias podem valer por décadas, não devemos titubear ou achar que é hora de demarcar posição ou protestar, quando nossa liberdade está em risco, é hora de união entre os diferentes em prol de um bem comum, como aprendemos em nossa própria história.
Olhamos depois nossas divergências de projetos, a hora agora é de estarmos juntos e decidirmos esse pleito no primeiro turno, todos contra quem ameaça a nossa liberdade.
Avante!