Nosso paladar muda?

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Nosso paladar não é imutável; é bem comum que ocorram mudanças com o passar dos anos e por isso, algum alimento que não gostávamos quando criança pode nos parecer muito saboroso quando adultos, podendo ocorrer também o contrário. Essa mudança pode estar relacionada a alterações fisiológicas ou hábitos sociais.

Quando crianças, temos uma forte tendência a preferir alimentos de gosto doce devido a fácil associação com o leite materno. Além disso, é comum observar a rejeição por verduras e legumes, o que é uma reação natural do corpo frente aos alimentos desconhecidos. Com o passar dos anos, o consumo do grupo dos vegetais aumenta, devido ao fato de aprendermos ao longo da vida que esses alimentos proporcionam benefícios à saúde, o que nos motiva a desenvolver novas formas de usá-los na culinária até que nos acostumemos com o sabor. 

Nosso paladar muda?
Imagem ilustrativa

Estudos científicos apontam que o paladar começa a ser formado a partir da 12ª semana de gestação e vai se formando, em média, até os três anos de idade. Durante esse período, o sabor amargo, por exemplo,  é percebido de forma muito mais intensa, visto que os botões gustativos estão em uma quantidade maior nos primeiros anos de vida do que na fase adulta. Isso explica a aversão que as crianças têm aos alimentos mais amargos.

Ao longo da fase adulta, é comum que apenas um terço dos botões gustativos iniciais permaneçam na boca, sendo essa a explicação para a tolerância e apreciação dos adultos aos sabores mais intensos. Com o passar do tempo, a quantidade de botões gustativos quase não se renova mais e, devido a isso, muitos idosos sentem dificuldade em perceber determinados sabores e acabam perdendo o prazer ao consumir até mesmo um alimento que antes era o favorito.

Na vida adulta, apresentamos hábitos alimentares influenciados pelo meio em que vivemos, sendo que muitas vezes nossos alimentos preferidos são aqueles presentes em situações de prazer e felicidade; e do mesmo modo deixamos de desejar consumir aqueles alimentos que relacionamos a determinadas experiências ruins.

Nossas escolhas sofrem inúmeras influências ao longo da vida, somos seres em constante mudança e aprendizado; logo, nossas atuais certezas podem não fazer parte nem mesmo das opções futuras. É importante vivenciarmos ao máximo cada fase da nossa vida, a fim de desfrutar dos benefícios de tudo aquilo que nos apetece (e eu não estou falando apenas de alimentação).

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