Provavelmente você já ouviu algum relato de alguém que contraiu o vírus da COVID-19 e foi acometido pela perda do paladar e do olfato, sintomas respectivamente denominados ageusia e anosmia; os quais podem persistir como sequela mesmo após o curso da infecção.
O epitélio olfativo tem a capacidade de se regenerar, por isso, a anosmia é quase sempre reversível. Algumas pessoas podem voltar a sentir cheiro e sabor dos alimentos normalmente após alguns dias, mas outras demoram mais, podendo o treinamento olfativo e do paladar levar meses.
Durante o processo de recuperação pode ocorrer a parosmia, que é quando há uma dificuldade na identificação dos cheiros, podendo levar à alteração na percepção, fazendo com que os cheiros que antes eram normais ou agradáveis, passem a ser sentidos como desagradáveis. Como o olfato está diretamente relacionado com o paladar, pessoa que sofre com a parosmia também pode começar a achar desagradável um alimento que antes considerava apetitoso.
A dificuldade de se identificar cheiros ou sabores reduz consideravelmente o prazer associado à alimentação, com isso o indivíduo tende a comer menos, o que pode causar deficiências de nutrientes. Além disso, em casos de anosmia ou ageusia, é imprescindível que se dê mais atenção à validade dos alimentos, pois a perda de olfato e paladar pode resultar no consumo de alimentos deteriorados, já que esses dois sentidos atuam como mecanismo de defesa.
A alimentação é muito mais que a ingestão de nutrientes, é sobretudo uma forma de socialização e de obtenção de prazer, por isso todos os sentidos são importantes e interferem grandemente na qualidade nutricional; o que nos chama a atenção para a relevância de qualquer que seja a infecção viral, já que pode alterar as sensações do olfato e paladar.