Não se fala em outro assunto em Ouro Preto. Basta dar uma volta na rua para fazer compras, por exemplo, que o tema está na boca do povo: os preços absurdos da Saneouro.
A concessão da água e esgoto da cidade para a iniciativa privada, realizada no governo Júlio Pimenta (MDB) começa a tomar corpo com a instalação (muitas vezes irregular) dos hidrômetros pela cidade, pois somente com 90% destes no lugar, que a empresa pode começar a cobrar pelos serviços de abastecimento.
Por não concordarem com a prática, os movimentos sociais do município têm realizado diferentes ações contrárias a essa concessão, merecendo destaque o Comitê Central de Mobilização, a Patrulha da Água e o Comitê Sanitário. Com as mais diferentes estirpes ideológicas presentes nestes três movimentos, cada um, à sua maneira, tem pressionado o poder público para tomar providências com relação a temática.
Prova da pressão social, é que, com menos de seis meses da nova legislatura já temos uma CPI rolando na Câmara de Vereadores, denominada de “CPI da Saneouro”. A previsão para a entrega do primeiro relatório parcial é a primeira quinzena de setembro e, segundo conversas informais, tende a apresentar provas de irregularidade no contrato de concessão. Obviamente precisamos conferir se isso será verdade.
Independente disso, o fato concreto é que este relatório pode contribuir (e muito dependendo de seu conteúdo) com a pressão social em defesa da água de Ouro Preto como bem público e o melhor caminho para isso, parece ser a bandeira da unidade.
Vimos isso no mês de agosto, quando os três principais movimentos saíram às ruas juntos pelo “Fora Saneouro” e deram um show de civilidade e respeito entre si e com os transeuntes, realizando uma manifestação pacífica que se encerrou na Praça Tiradentes, onde o Comitê de Mobilização junto com a Ocupação Rei está a mais de 30 dias acampada pedindo providências em relação a situação das águas da cidade.
Este exemplo de unidade, precisa ser encarado como o melhor caminho a se seguir para vencer esta batalha, todos que quiserem se somar ao movimento são bem-vindos, não é hora de estreitismos, todo mundo tem espaço na luta pela água como bem público.
É hora de uma construção conjunta das próximas ações, de modo a aumentar o contingente de pessoas e aumentar a pressão no poder público, afinal de contas o atual prefeito, em sua campanha, prometeu tirar a Saneouro daqui.
Penso que o próximo desafio é encher as ruas no dia da entrega do relatório da CPI, mostrar a unidade de ação dos movimentos sociais exigindo providências, não podemos esmorecer, só com união, mobilização e pressão é que vamos conseguir vencer esta guerra!
Vamos à luta!
Até a próxima!