Após ter sido preso por suspeita de agressão à ex-mulher, o vereador de Carandaí, Felipe Costa Franco Vieira (Patriota), mais conhecido como “Felipe Kiko”, se manifestou sobre o caso através de uma nota, negando que tenha agredido sua companheira. Ele afirma, inclusive, que sofreu agressões de sua companheira e enviou fotos de seu rosto à imprensa com algumas marcas que supostamente aconteceram por um ato de violência da mulher envolvida no caso.
Felipe conta que o fato começou devido a uma discussão sobre um celular que ele negou entregar à sua companheira. O vereador alega que não a agrediu, apenas a segurou na tentativa de evitar que ela pegasse seu dispositivo móvel.
Na nota, o vereador diz que o Exame de Corpo de Delito de sua companheira tem a seguinte conclusão: “Não apresenta lesão corporal“. Enquanto no dele apresenta: “Paciente apresenta lesão hiperemiada em região cervical a direita (recente) e lesão tipo escoriação em lábio inferior (antiga)“.
Quanto à lesão antiga citada pelo Exame de Corpo de Delito, Felipe alega que se trata de um soco na boca dado por sua companheira no dia 22 de agosto, dois dias depois de uma cirurgia feita pelo vereador. “Quando vi que estava se tornando sério demais, mesmo recém operado, decidi sair de casa correndo, no que toque, moro no terceiro andar de um prédio”, disse.
Por fim, o vereador, de 32 anos, disse que nunca levantou a voz para uma mulher, “muito menos um dedo”, e que também tem todas as provas produzidas durante a ocorrência para provar a sua inocência. Além disso, Felipe alega que, apesar da separação, “tudo está sendo resolvido de forma totalmente pacífica e dentro dos trâmites legais”.
A Câmara de Vereadores de Carandaí também se pronunciou através de nota nessa quarta-feira, 1º de setembro. No documento diz que a Casa, através de seu presidente, vereador Cor Jesus Moreno (PSC), esclarece que não há informações oficiais sobre o suposto envolvimento de Felipe Kiko em ocorrência policial na terça-feira. O comunicado ainda consta que a Câmara aguarda informações para ter um posicionamento e, portanto, estão esperando até que “sejam assegurados todos os direitos constitucionais, como o devido processo legal e o direito ao contraditório a todos os envolvidos”.
Leia a nota feita por Felipe Kiko na íntegra:
“O ocorrido no último dia 31 de agosto me deixou extremamente arrasado devido a forma que se tornou pública. O fato se iniciou por conta de uma discussão sobre um celular que me neguei a entregar a minha companheira. Porém, de forma alguma a agredi, o que fiz foi segurá-la para tentar evitar que ela pegasse o telefone celular. Isso pode ser comprovado tanto pela narrativa dos fatos dela mesma no Boletim de Ocorrência, quanto nos Exames de Corpo de Delito que foram feitos posteriormente, os quais envio cópia junto com esta nota.
O Exame de Corpo de Delito de minha companheira, tem a seguinte conclusão “NÃO APRESENTA LESÃO CORPORAL”. Já o meu apresenta a seguinte conclusão “PACIENTE APRESENTA LESÃO HIPEREMIADA EM REGIÃO CERVICAL A DIREITA (RECENTE) E LESÃO TIPO ESCORIAÇÃO EM LÁBIO INFERIOR (ANTIGA)”
Passei por duas cirurgias no dia 20 de agosto de 2021, sendo uma delas de alta complexidade, 02 (dois) dias após minha cirurgia fui agredido por minha companheira com um soco na boca, por isso no ECD consta que se trata de lesão antiga, sobre a qual não prestei queixa, e jamais revidei. Minha companheira confirma tal agressão em sua narrativa no Boletim de Ocorrência. Neste dia, apenas me defendi tentando segurá-la. E quando vi que estava se tornando sério demais, mesmo recém operado, decidi sair de casa correndo, no que toque, moro no terceiro andar de um prédio.
Em todos os relacionamentos que já tive, inclusive um de 11 (onze) anos antes deste, jamais levantei sequer a voz parar uma mulher, muito menos um dedo. Tenho todos os meios de prova produzidos durante a ocorrência para provar a verdade em minhas palavras, e apesar da separação, tudo está sendo resolvido de forma totalmente pacífica e dentro dos tramites legais.
O Caso
Na última terça-feira, 31 de agosto, a Polícia Militar (PMMG) atendeu uma ocorrência pela manhã, no centro de Carandaí. Se tratava de uma possível agressão feita por Felipe à sua companheira. Segundo relatos da vítima, eles estavam juntos há oito anos e as agressões teriam iniciado quando ela quis terminar o relacionamento.
Ela disse aos policiais que ele pegou seu celular “de forma bruta”, depois a imobilizou com um “mata leão” e a empurrou contra a parede. Ainda segundo a mulher, essa não foi a primeira vez que a mesma foi agredida pelo vereador.
Ao chegarem no local, os policiais ouviram gritos da mulher e vizinhos disseram que as brigas entre o casal eram constantes e, portanto, os mesmos acionaram a polícia, após ouvir pedidos de socorro da mulher. Na hora da confusão, estavam presentes a babá do filho dos dois, o irmão e o pai da vítima. De acordo com os militares, o pai e o irmão da mulher tentaram agredir o suspeito.