Lúpus: Quando a defesa se transforma em ataque

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O Lúpus Eritematoso Sistêmico ou apenas lúpus é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, ou seja, o sistema imunológico ataca os tecidos do próprio corpo por reconhecê-los, erroneamente, como substâncias estranhas, o que causa inflamação e dor.

Existem dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar, como rosto, orelhas, braços ,etc. e o lúpus  sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.

Por se tratar de uma doença do sistema imunológico o paciente com lúpus pode apresentar diferentes sintomas, entre eles febre, emagrecimento, fraqueza e desânimo, além de sintomas específicos de cada órgão acometido, como dor nas articulações, manchas na pele, hipertensão, problemas renais, etc.

A predisposição genética é o principal fator apontado como causa para o desencadeamento da doença, portanto não existem medidas preventivas especificas, porém, se o diagnostico e tratamento forem precoces pode-se garantir menor dano ao organismo. Os pacientes diagnosticados devem se proteger da exposição solar, além de evitar o tabagismo, visto que este hábito reduz a eficácia dos tratamentos.

Como parte do tratamento algumas das medicações utilizadas são os corticoides, antimaláricos e imunossupressores. O uso de corticoides pode ocasionar a perda de massa óssea e a osteoporose; como estratégia nutricional para evitar esse inconveniente recomenda-se intensificar a ingestão  de cálcio, por meio do consumo de leites, vegetais verde-escuros e soja, por exemplo.

Uma nutrição adequada é deveras importante durante o tratamento do Lúpus, visto que o consumo de ácidos graxos essenciais (presentes nos peixes, sementes e nozes, etc.) e alimentos antioxidantes (presentes em frutas, legumes e cereais integrais, etc.) ajudam a reduzir a inflamação.

É importante, ainda, ressaltar que segundo estudos o risco cardiovascular parece ser aumentado em pacientes com Lúpus, devido à maior frequência de condições associadas à aterosclerose, como dislipidemia, diabetes mellitus , síndrome metabólica e obesidade;  portanto uma alimentação adequada  surge como um importante meio para minimizar essas complicações da doença1 . Dessa forma, torna-se extremamente importante que se incentive a adoção de uma dieta reduzida em colesterol e gordura saturada associada à prática regular de atividade física.

O tratamento, assim como a causa  do Lúpus é multifatorial, portanto deve –se considerar cada alternativa  que possa auxiliar no prognóstico da doença. Além do tratamento farmacológico, os cuidados pessoais, atividade física e alimentação adequada são essenciais, a fim de prevenir infecções (visto que o sistema imunológico fica alterado) e prevenir o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O Lúpus é uma doença que não tem cura, mas pode ser controlado por meio do tratamento adequado, e assim evitar grandes danos ao organismo do paciente portador proporcionando a ele o máximo de qualidade de vida.

Referencia

Bruce IN. Not only…but also: factors that contribute to accelerated atherosclerosis and premature coronary heart disease in systemic lupus erythematosus. Rheumatology (Oxford) 2005;44(12):1492-502. 

Coluna Nutrição e Alimentação

Coluna articulada por Franciele Santana

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