Uma das principais tradições das comemorações natalinas é a Ceia, que é conhecida por ser saboreada depois da meia noite do dia 24 para 25 de dezembro e composta de pratos bem elaborados e típicos dessa festividade.
Comumente associa-se a Ceia de Natal à última Ceia de Cristo, a qual foi feita junto aos seus discípulos horas antes da sua crucificação. No entanto, esse costume de realizar a Ceia de Natal surgiu bem antes dos relatos bíblicos relacionados a Jesus Cristo.
Basicamente, os povos pagãos comemoravam a data por ser o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, nesta ocasião ainda era costume que se presenteasse os entes queridos.
Existem registros que mostram que a Ceia de Natal se originou do antigo costume europeu de deixar as portas das casas abertas no dia de Natal, para receber viajantes e peregrinos que assim confraternizavam junto à família anfitriã. Essa tradição foi se popularizando pelo mundo, enquanto cada região adicionava suas próprias características, fazendo com que cada país tivesse suas particularidades nas comemorações natalinas.
Pela tradição cristã antes das grandes festas religiosas era recomendado o jejum dos fiéis, sendo assim, pregava-se a abstenção de carne vermelha desde o quarto domingo anterior ao Natal até às 23h59min do dia 24 de dezembro. Durante a véspera do Natal o jejum era total, por isso, preparava-se uma ceia farta para ser degustada ao término dele, à meia noite.
O Natal durante o Brasil colônia não era uma reunião intimista com a família, como celebramos hoje, mas uma festa de celebração do convívio comunitário, onde serviam-se muitos pratos e doces regionais, nessa ocasião eram comuns o hábito de se trocar presentes, e deparar-se com excessos no consumo tanto de alimentos quanto bebidas.
Após as transformações geradas pelas revoluções Industrial e Francesa, bem como a ascensão da burguesia, a privacidade passou a possuir um novo valor na Europa, assim, em meados do século XIX, o Natal já se tornou uma celebração predominantemente familiar, no entanto, a afirmação do caráter familiar acima do sentido religioso do Natal aparece de forma mais clara no fim do século XIX.
Com o passar do tempo a prática do jejum na véspera de Natal foi abandonada, mas manteve-se a realização da ceia à meia noite, porém alimentos e bebidas já eram servidos antes mesmo dessa refeição principal.
Hoje em dia podemos dizer que cada região tem sua peculiaridade quanto à Ceia de Natal, no entanto pode-se afirmar que esse evento envolve muitas tradições familiares, contemplando desde os povos pagãos até os religiosos, cada um com suas motivações e costumes, mas compartilhando o mesmo princípio: confraternizar com pessoas queridas, o que dá a essa data o significado todo especial que conhecemos.