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PAIXÃO ESTETA

22/03/2018 às 21:41
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Por vezes se perde no voo das garças, se transforma nelas, transpõe grupo todo em um só e de cima observa o mundo grande. Força inerente nele, pois abarcar a vida tanto na vista quanto na emoção.

Uma enchente o céu azul vem a ser. Irrompe para a alma desse ator no tempo cada ser-em-si, tudo emana seu algo único. Assim, o azul de céu são as cores e as formas, voltado para os que com ele querem sorrir com os olhos ou, simplesmente, pagam o prazer com o silêncio e a placidez profunda. A passividade frente aos raios faz com que talvez venha assustar o bicho inofensivo e selvagem que mira de dentro da alma do poeta da cor, tão sensível por se emocionar, mas se estarrecer também frente à fulminação in natura. Ou mesmo o deixa em êxtase a arquitetura de fábricas, aterradoras e que aos olhos do esteta é um brinde com Antonioni. Le Desert Rosso filmando enormes usinas em seu ato rude, melhor, infeliz enquanto transborda forma e cor, o que ao olhar mais ríspido possui preço por existir e animais que somos são coisas que nos trazem à vida, mostra que não estamos só, por perceber, abranger, estender-se.

Por depender do espaço em que está, vivendo assim, a transformação é constante pela forte presença do mundo visível. “Eu fui ao mundo, o mundo era eu… O MUNDO, MEU GÊMEO, MEU PARENTE”. Como passa um ônibus e a cada momento que da janela vai mudando a paisagem, da qual habita, o esteta varia igualmente, sentindo estrada afora, se alastrando na paisagem.

Monet mesmo tinha um ideal, quando ao escrever a seu amigo Bazille: “aqui estou rodeado de tudo o que amo. Passo o meu tempo ao ar livre na praia rochosa quando há temporal ou os barcos vão à pesca… Graças a este senhor do Havre  que uma vez liberto de preocupações o meu desejo seria ficar sempre assim num canto da natureza, tranquilamente”.

Esmaecido, dorme o esteta como uma dormideira num jardim de diversas rosas, e como sonha.

O bem-estar social e a interioridade do indivíduo

Última atualização em 19/08/2022 às 11:45