Milhões de brasileiros que estão aguardando a Caixa Econômica Federal divulgar o terceiro calendário do auxílio emergencial ainda estão sem resposta. Há pouco mais de um mês da última remessa liberada pela União, o desespero em suprir as necessidades básicas de um lar assola a vida dos pais e mães de família que estão dependendo exclusivamente dos R$ 600 que o governo está cedendo para tentar conter crises econômicas e justamente evitar que as famílias de baixa renda, mais vulneráveis, não tenha o que comer.
Fernando Siebra Nascimento, de 35 anos, morador da cidade Imperatriz, no Maranhão, é um dos milhões de brasileiros que já não sabem mais o que fazer para consegui fechar o mês de junho sem acumular contas e ter o que oferecer para a família se alimentar. Com esse valor, o eletricista precisa praticamente de fazer uma mágica para cumprir todos os compromissos, o que com os atrasos do governo para liberar o valor pode dificultar ainda mais a vida do trabalhador. “Dependo do Auxílio Emergencial para pagar minhas dívidas de energia, água, internet, gás, comprar comida e remédios. Neste momento o auxílio emergencial é minha única fonte de renda”. Fernando é pai de um filho. Ele também relatou à reportagem do Mais Minas sobre a espera pelo valor. ” A gente se sente um nada, cada dia o governo diz uma coisa diferente e não cumpre, esse auxílio deveria mudar de nome, porque não tem nada de emergencial”, disse o maranhense.
A situação de Fernando se repete por milhares de vezes dentro da casa do trabalhador brasileiro, que segue até a metade desta semana sem uma resposta, o que gera incertezas se de fato o governo vai cumprir o compromisso de liberar os R$ 600 referentes ao auxílio emergencial por três meses.
De acordo com informações divulgada pela Caixa Econômica Federal, já saiu dos cofres públicos o valor de R$ 89,3 bilhões, usados para creditar o pagamento de 1º, 2º e 3º parcela do auxílio emergencial. Vale ressaltar que os beneficiados pelo programa Bolsa Família já receberam a terceira parcela, e os demais aprovados pelo Dataprev para receber o novo auxílio ainda aguardam a divulgação das novas datas, que provavelmente seguirá o mês de nascimento dos beneficiados, conforme aconteceu das duas primeira remessas já liberadas.
Outra Situação
No início desta semana o Ministério da Cidadania se uniu a Defensoria Pública da União para garantir que as pessoas que solicitaram o auxílio emergencial e tiveram o pedido recusado, mas que ainda assim acreditam ter o direito de receber, possam contestar a decisão através do viés jurídico, apresentando a documentação necessária que confirme de fato que está pessoa está apta a receber o benefício.
O caso do paulistano Willian Carlos dos Santos, de 59 anos, também se assemelha com o de milhares de pessoas que estão aguardando uma nova análise da Dataprev. O encanador industrial solicitou o Auxílio Emergencial no dia 10 de abril, teve o pedido negado, já efetuou a contestação e o seu processo permanece em análise, ou seja, o trabalhador está há três meses sem renda. “Eu fiz uma contestação desde o dia 1º de maio e até agora está em análise, moro sozinho, não tenho pessoas que me ajudem, estou desempregado, pago aluguel, faço alguns bicos, e estou tentando segurara a onda, mas está muito difícil pra mim. Eu estou vendo até em uma circunstância o proprietário da casa onde eu vivo querer me tirar, por esse motivo, mês passado eu paguei e fiquei devendo um valor, esse mês não sei nem como é que vai ser, estou fazendo de um tudo para poder acertar e aguardando o Auxílio Emergencial”, disse Willians em entrevista ao Mais Minas.
Willian Carlos também fez um calculo bem rápido. “A situação em si está nesse pé, você não consegue arrumar trabalho, também não tem assistência do Governo. Na última empresa que eu trabalhei eu fiquei quase 4 anos, contribuindo com o INSS, tudo certinho, e no fim a minha situação ainda continua em contestação para o auxílio emergencial. Têm 54 dias que eu entrei com a contestação, quase dois meses e nada, está ficando muito difícil a situação”, explicou o trabalhador.
A parceria entre o Ministério da Cidadania e a Defensoria Pública foi assinada no dia 16 deste mês, oficializada na Portaria nº 423 e publicada no Diário Oficial da União na última segunda-feira (22).
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